terça-feira, abril 02, 2013

Estudo da Católica: Portugueses aceitam ser governados por Bruxelas

Li no Jornal I, num texto da jornalista Margarida Bon de Sousa que "a maioria também dá à Comissão Europeia o poder de veto sobre os orçamentos nacionais. Em particular nos dezassete países que integram a zona euro. Os portugueses defendem que a agricultura deve ser a prioridade do próximo quadro comunitário financeiro plurianual, 2014-2020. Seguem-se a investigação e a inovação, as pescas e o apoio às pequenas e médias empresas. Na cauda do ranking estão a política externa europeia, as infra-estruturas transeuropeias de transportes e os futuros alargamentos. Os dados constam de um estudo de opinião do CESOP - Centro de Sondagens e Opinião da Universidade Católica - para o CIEJD, Comissão Europeia, sobre o tema “Que meios para o nosso futuro: o próximo quadro financeiro da União Europeia”. O inquérito teve cinco grupos-alvo (deputados e eurodeputados, jornalistas, entidades destinatárias dos apoios comunitários, comunidade académica e população em geral) sendo os inquiridos maioritariamente de esquerda, 51%, seguidos da direita, 28%, e dos que se declaram do centro, 20%.
Governo económico europeu
A maioria concorda ou concorda totalmente com um governo a partir de Bruxelas: 52% concordam e 19% concordam totalmente, contra 20% que discordam e 9% que discordam totalmente. A maior base de apoio a esta opção verifica-se nos sectores mais identificados com a Europa e o menor apoio entre as pessoas mais à esquerda. Entre os cinco grupos-alvo, são os jornalistas que mais partidários são de uma solução federalista, com 84% de respostas positivas. Seguem-se os deputados, com 75%, a comunidade académica, com 74%, e a população em geral, com 71%. Curiosamente, o grupo que menos adere a esta ideia é o dos destinatários dos apoios comunitários.
Harmonização fiscal
A maioria dos entrevistados é favorável à harmonização fiscal entre os estados-membros. Nesta questão, o consenso é maior junto do grupo dos deputados, com 72% de respostas favoráveis. Todos os grupos estão acima dos 50% na aprovação, registando-se o menor apoio no grupo dos jornalistas, com 52% de sins. No total, 63% concordam que se deve proceder à harmonização fiscal entre os estados--membros, 21% são contra, 11% dizem que sim, mas só se houver dumping fiscal, e 5% apenas no IRC.
Poder de veto
Uma das questões mais polémicas na futura construção europeia é o poder de Bruxelas de vetar os orçamentos dos países se estes não forem conformes à política europeia. Neste campo, e apesar de a maioria ser favorável a um governo comunitário, há 46% de discordâncias. Aliás, só 24% concordam com o princípio em si, enquanto 30% até aceitam mas apenas para os estados- -membros da zona euro. São também os deputados os mais favoráveis ao reforço dos poderes da Comissão Europeia, com 55% de opiniões a favor, contra o valor mais baixo, defendido pela comunidade académica, em que apenas 35% concordam.
Financiamento do Orçamento
Quanto ao financiamento do orçamento, mais de 80% defendem que este deve depender essencialmente das contribuições dos estados-membros conforme a prosperidade de cada um, contra a hipótese de recursos próprios. Os destinatários dos apoios, com 97%, são os que mais defendem a primeira opção, enquanto os jornalistas, com 82%, são o grupo que mais defende os recursos próprios. Os deputados e a população em geral, uns e outros com 85%, defendem a manutenção do statu quo, enquanto 69% da população também defende o financiamento através de recursos próprios".