segunda-feira, abril 15, 2013

Conta do resgate engorda 6,3 mil milhões com mais sete anos



Segundo o Dinheiro Vivo, "o Eurogrupo aprovou mais sete anos para reembolso dos 52 mil milhões de euros, mais juros, dos empréstimos europeus - provenientes do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEEF). A maturidade destes empréstimos está agora nos 13 anos e a taxa média de juro que Portugal paga ronda os 3%. A quota parte do FMI (cerca de 26 mil milhões de euros) não é abarcada pela extensão do prazo. A extensão em sete anos significará pagar mais 6,3 mil milhões de euros no final dos 20 anos (68,8 mil milhões e não 62,4 mil milhões). Mais tempo significa mais juros. "Os credores ficam sempre a ganhar", dizia, ontem, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. No entanto, o serviço da dívida anual aliviará em média 1,3 mil milhões de euros se a taxa de 3% da troika se mantiver.
Se as contas forem feitas a preços atuais, usando a inflação a 2%, a projeção até aponta para uma poupança de 2 mil milhões (46,3 mil milhões e não 48,2 mil milhões de euros), usando mais uma vez aqui o pressuposto de que os juros a 3% cobrados pelo FEEF e MEEF se manterão ao longo do tempo. Questão central da simulação do impacto da extensão do prazo conseguido em Dublin, exercício realizado por Pedro Cosme Costa Vieira, professor da Faculdade de Economia do Porto, prende-se com o que o mercado está a exigir de juros e quanto exigirá no momento em que estavam previstas as amortizações. Nas obrigações a 10 anos, os juros estão nos 6,3%, isto é, o dobro do que nos cobra a troika. Assuma-se então este cenário como estável: a troika exige-nos juros a 3% e o mercado coloca 3 pontos percentuais em cima. Então, indo ao mercado, em vez de pagarmos um total de 62,4 mil milhões pagaríamos 75,5 mil milhões (mais 13 mil milhões). No cenário retificado para os 20 anos, a taxa de mercado de 6% relativamente aos 3% de juros cobrados pela troika traduz que os nosso parceiros da Zona Euro nos estão a dar uma ajuda equivalente a 1,2 mil milhões de euros por ano".