Segundo
o Dinheiro Vivo, "o Eurogrupo
aprovou mais sete anos para reembolso dos 52 mil milhões de euros, mais juros,
dos empréstimos europeus - provenientes do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira
(FEEF) e do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEEF). A maturidade
destes empréstimos está agora nos 13 anos e a taxa média de juro que Portugal
paga ronda os 3%. A quota parte do FMI (cerca de 26 mil milhões de euros) não é
abarcada pela extensão do prazo. A extensão em sete anos significará
pagar mais 6,3 mil milhões de euros no final dos 20 anos (68,8 mil milhões e
não 62,4 mil milhões). Mais tempo significa mais juros. "Os credores ficam
sempre a ganhar", dizia, ontem, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do
PCP. No entanto, o serviço da dívida anual aliviará em média 1,3 mil milhões de
euros se a taxa de 3% da troika se mantiver.
Se
as contas forem feitas a preços atuais, usando a inflação a 2%, a projeção até
aponta para uma poupança de 2 mil milhões (46,3 mil milhões e não 48,2 mil
milhões de euros), usando mais uma vez aqui o pressuposto de que os juros a 3%
cobrados pelo FEEF e MEEF se manterão ao longo do tempo. Questão central da
simulação do impacto da extensão do prazo conseguido em Dublin, exercício
realizado por Pedro Cosme Costa Vieira, professor da Faculdade de Economia do
Porto, prende-se com o que o mercado está a exigir de juros e quanto exigirá no
momento em que estavam previstas as amortizações. Nas obrigações a 10 anos, os
juros estão nos 6,3%, isto é, o dobro do que nos cobra a troika. Assuma-se
então este cenário como estável: a troika exige-nos juros a 3% e o mercado
coloca 3 pontos percentuais em cima. Então, indo ao mercado, em vez de pagarmos
um total de 62,4 mil milhões pagaríamos 75,5 mil milhões (mais 13 mil milhões).
No cenário retificado para os 20 anos, a taxa de mercado de 6% relativamente
aos 3% de juros cobrados pela troika traduz que os nosso parceiros da Zona Euro
nos estão a dar uma ajuda equivalente a 1,2 mil milhões de euros por ano".