Escreve
o Correio da Manhã, num texto do jornalista Paulo Pinto Mascarenhas que "a Polícia
Judiciária fez ontem buscas ao local de trabalho de Humberto Bernardo,
consultor externo de Paulo Campos, ex-secretário de Estado das Obras Públicas
de José Sócrates. Eram 08h00 quando três agentes da PJ entraram na sede dos CTT
- Correios de Portugal, onde procederam à análise do computador e de documentos
que estavam na posse do também antigo apresentador de televisão Humberto
Bernardo. As buscas da Judiciária a Humberto Bernardo estão ligadas à
investigação do DCIAP às parcerias público-privadas (PPP), que envolvem Paulo
Campos - foi responsável pela execução do plano de comunicação das cerimónias
de assinatura dos contratos de sete novas subconcessões de autoestradas,
lançadas em 2007 e 2008. Foram sete cerimónias onde o Tribunal de Contas
detetou um aumento dos encargos para o Estado. Em cinco casos, o custo chegou a
500 mil euros, e em dois, a despesa atingiu 750 mil euros. Fonte oficial dos
Correios de Portugal afirma ao CM que "a empresa tem conhecimento desta
busca, mas que é do foro da pessoa em questão". Humberto Bernardo entrou
para os CTT pouco depois dos serviços prestados ao Governo de Sócrates pela mão
do ex-administrador da empresa Marques Baptista. Trabalhou diretamente com o
vice-presidente da anterior administração Pedro Coelho. Segundo fontes
contactadas pelo CM, a PJ foi primeiro a casa de Humberto Bernardo, por volta
das 07h00 - e só depois se dirigiu à sede dos CTT. O apresentador tinha
contrato de prestação de serviços no gabinete do então secretário de Estado das
Obras Públicas, Paulo Campos. Em média, Humberto Bernardo ganhou 2438 euros
líquidos por mês, sem despesas de representação. O trabalho que realizava
passou pela divulgação dos custos das infraestruturas, os prazos contratados,
os supostos benefícios, mas também controlar potenciais desvios. Contactado
pelo CM, o relações-públicas dos CTT recusou fazer qualquer comentário sobre as
buscas".