O presidente Nicolás Maduro congratulou-se com o acordo assinado entre o Governo e a oposição venezuelana, mas pediu que sejam desbloqueados mais de 3.000 milhões de dólares que estão “congelados” no estrangeiro e “eleições livres de sanções internacionais”. “Ou há eleições livres de sanções, ou há eleições livres de sanções. Esse é o dilema. Eleições livres, será que as querem? Justas e transparentes? Livres das sanções, livres das medidas coercivas unilaterais? Que todas (as sanções) sejam levantadas. Que as levem todas, para ir a eleições frescas, no momento em que a Constituição e o Conselho Nacional Eleitoral determinarem", disse.mNicolás Maduro falava em Caracas num encontro com jornalistas nacionais e internacionais, durante o qual explicou que o seu Governo vai reativar o diálogo com outros setores opositores, “para ir visualizando os cenários eleitorais futuros e ir avançando na ampliação das garantias para eleições (presidenciais) verdadeiramente livres e transparentes”.
O Presidente da Venezuela começou
explicando que o acordo assinado entre a oposição e o Governo “foi trabalhado intensamente”
que “tem componentes muito importantes de caráter social” para os venezuelanos.
“E têm como essência a recuperação de
mais de 3.000 milhões de dólares que estão retidos, congelados, sequestrados em
contas bancárias nos Estados Unidos e na Europa, que pertencem ao Estado
venezuelano”, disse.
Nicolás Maduro explicou que “nesta
oportunidade, estão a ser recuperados, mais de 3.000 milhões de dólares em um
plano específico, detalhado para investir em obras de eletrificação, água,
educação, saúde, e minimização dos danos provocados pelas chuvas no país”.
O Chefe de Estado insistiu que o acordo
foi assinado com a opositora Plataforma Unitária da Venezuela (PUV), “um grupo
de partidos políticos da direita golpista, intervencionista, pró-‘gringa’ (EUA)
e terrorista que tem havido na Venezuela”.
Maduro questionou como poderia
chamar-se a oposição que tem tentado impor governos paralelos, sabotado o
sistema elétrico, a economia, que tem chamado a uma intervenção militar e a
ativar o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca.
Por outro lado, explicou, que a
Venezuela tem entre 24.000 e 30.000 milhões de dólares bloqueados no
estrangeiro, devido às sanções económicas, e que o seu Governo estava na
disposição de assinar um acordo parcial durante as negociações que recomeçaram
no México, mas que “as pressões, brigas, e desacordos” entre os EUA e
representantes da oposição “desarmonizaram o rumo para a assinatura desse
acordo”.
Sobre a recente flexibilização das sanções norte-americanos em matéria petrolífera, e as negociações com a Cheveron, explicou que “vão na direção correta, mas não são suficientes para que a Venezuela exige”. O Governo e a oposição da Venezuela assinaram no sábado, no México, um segundo acordo parcial em matéria de proteção social, nos termos das negociações reatadas entre as duas partes.
O acordo, que visa desbloquear recursos que a Venezuela tem congelados no estrangeiro para poder ajudar as populações mais vulneráveis, determina que Governo e oposição terão de cooperar ao nível de despesas humanitárias, como o pagamento de projetos de assistência médica ou a reparação de redes elétricas. Suspensas por mais de um ano, as negociações entre Governo e oposição venezuelanos foram reatadas após a intervenção da Colômbia e dos Estados Unidos.
Portugal foi um dos países que saudaram a retoma das negociações venezuelanas, assinalando que devem conduzir à realização de eleições "livres e justas" e ao "pleno restabelecimento das instituições democráticas" (Lusa)
Sem comentários:
Enviar um comentário