terça-feira, dezembro 20, 2022

Relatório mostra falhas no controlo aéreo em aeroportos portugueses

O semanário Expresso divulgou informação que consta no relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF). Segundo o Expresso, foram registados dois incidentes com viaturas e aviões em rota de colisão nos aeroportos portugueses: um em abril de 2021, no Porto, outro em maio deste ano, em Ponta Delgada, nos Açores. A informação vem referida no relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF). Com mais de 100 páginas, "ainda sob sigilo", diz o semanário, o documento vem pôr em causa "o serviço assegurado pela NAV, os equipamentos garantidos pela gestora dos aeroportos nacionais ANA e a própria supervisão da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC)". Todavia, fonte do GPIAAF referiu que "o documento ainda não é definitivo e será o relatório final que fará fé e será publicado antes do fim do ano".

Para já, nos dois casos referidos, é relatado que havia apenas um controlador na torre, quando deveriam no local mais quatro elementos no Porto e mais dois em Ponta Delgada. O motivo para tal não acontecer: os operacionais assinavam presenças fictícias no local de trabalho, que eram remuneradas. Por isso, é referido no documento que, "em cada situação, o acidente apenas foi evitado por acasos excecionais". É também avançado que no incidente no Porto não foram "observados os tempos de descanso obrigatórios" de quem estava ao serviço. Há também o relato de que um dos membros "foi dispensado pelo controlador (supervisor) sob a sua prerrogativa e a premissa de que ao residir nas proximidades, poderia, se necessário, ser chamado a qualquer momento".

Já em Ponta Delgada, a controladora "estava ocupada a atualizar o ATIS (um sistema informático de informação), a analisar reservas de espaço aéreo, etc. e cada vez mais preocupada com duas aeronaves com trajetórias de aproximação convergentes, esquecendo-se de sinalizar que a pista estava ocupada pela equipa de manutenção e o seu veículo". Há ainda referência à utilização de telemóvel por parte dos controladores e à existência de televisão na torre "para ajudar a passar o tempo", em vários aeroportos (Sapo)

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