Paulo Cafofo tem direito à sua indignação -
curiosamente anunciada de véspera na comunicação social, sem que o deputado
tenha sequer usado da palavra... - e não pode ser condenado na praça pública -
tal como os socialistas não podem andar a condenar na praça pública seja quem
for, como usualmente fazem - apenas porque devido a denúncias anónimas, algumas
autoridades judicias e policiais de investigação efectuaram buscas nalgumas
Câmaras Municipais lideradas pelo PS (bem coimo a algumas empresas privadas). Estamos
a falar de dm processo com contornos estranhos e desconhecidos, que
alegadamente potenciam uma eventual situação de financiamento indirecto do PS
numa campanha eleitoral (presume-se que das autárquicas de 2017 dado que as
denúncias terão sido feitas em 2018, não se sabe como e junto de quem), mas a
verdade é que não há arguidos, não há provas concretas, não há acusações contra
ninguém, etc, pelo que a opinião pública, com as redes sociais à cabeça (na sua
imensa idiotice e libertinagem muitas vezes fomentadas e organizadas no
anonimato e por protagonistas da política que se movem preferencialmente no
esgoto da política) não tem o direito de pretender ocupar o lugar da
investigação judicial e da justiça e andar a enxovalhar pessoas e a
condená-las, pondo em causa a sua dignidade e seriedade.
Quanto a isso nada a dizer.
Mas...
Mas Paulo Cafofo, tal como aquela máxima de que
"à mulher de César não basta parecer séria, tem que ser séria" também
não pode de forma vergonhosa, rafeira e baixa, ir para o parlamento regional
ofender um adversário político da forma ofensiva e indigna (falo nisso porque
se tratou de Cafofo, algo que em relação a outros protagonistas provavelmente
nem colocaria, por absoluta desnecessidade...) como fez com o Vice-Presidente do
Governo - a propósito da relação que o socialista pretendia estabelecer (por
conveniência da retórica discursiva num momento) entre o GRM e o sector da
construção civil, tendo o empresário Avelino Farinha como alvo não referenciado
(não vamos falar de reuniões e de pedidos de financiamentos partidários...).
Porque quanto a relações entre partidos e empresas de construção civil ou
outras, talvez as coisas comecem a conhecer outros contornos que não interessam
a ninguém. Portanto, sim, Cafofo não é acusado de nada, não é culpado de crime
nenhum, não é arguido de nada, não existem provas em concreto, apenas alegadas
denúncias anónimas com tudo o que isso implica. Mas não, não pode reclamar
apenas para si comportamentos sérios e assentes em rigor ético e alimentar
insinuações idiotas ou ter atitudes e comportamentos diferentes com adversários
políticos. Ficou claro? Se assim não for, esqueça, vai continuar a ser alvo de
ataques, de insinuações e de acusações, mesmo que não existam provas. Porque é
a política que tem que dar o exemplo, a começar pelos seus protagonistas (LFM)
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