terça-feira, outubro 13, 2020

Nota: Cafofo, sim e não

 

Paulo Cafofo tem direito à sua indignação - curiosamente anunciada de véspera na comunicação social, sem que o deputado tenha sequer usado da palavra... - e não pode ser condenado na praça pública - tal como os socialistas não podem andar a condenar na praça pública seja quem for, como usualmente fazem - apenas porque devido a denúncias anónimas, algumas autoridades judicias e policiais de investigação efectuaram buscas nalgumas Câmaras Municipais lideradas pelo PS (bem coimo a algumas empresas privadas). Estamos a falar de dm processo com contornos estranhos e desconhecidos, que alegadamente potenciam uma eventual situação de financiamento indirecto do PS numa campanha eleitoral (presume-se que das autárquicas de 2017 dado que as denúncias terão sido feitas em 2018, não se sabe como e junto de quem), mas a verdade é que não há arguidos, não há provas concretas, não há acusações contra ninguém, etc, pelo que a opinião pública, com as redes sociais à cabeça (na sua imensa idiotice e libertinagem muitas vezes fomentadas e organizadas no anonimato e por protagonistas da política que se movem preferencialmente no esgoto da política) não tem o direito de pretender ocupar o lugar da investigação judicial e da justiça e andar a enxovalhar pessoas e a condená-las, pondo em causa a sua dignidade e seriedade.

Quanto a isso nada a dizer.

Mas...

Mas Paulo Cafofo, tal como aquela máxima de que "à mulher de César não basta parecer séria, tem que ser séria" também não pode de forma vergonhosa, rafeira e baixa, ir para o parlamento regional ofender um adversário político da forma ofensiva e indigna (falo nisso porque se tratou de Cafofo, algo que em relação a outros protagonistas provavelmente nem colocaria, por absoluta desnecessidade...) como fez com o Vice-Presidente do Governo - a propósito da relação que o socialista pretendia estabelecer (por conveniência da retórica discursiva num momento) entre o GRM e o sector da construção civil, tendo o empresário Avelino Farinha como alvo não referenciado (não vamos falar de reuniões e de pedidos de financiamentos partidários...). Porque quanto a relações entre partidos e empresas de construção civil ou outras, talvez as coisas comecem a conhecer outros contornos que não interessam a ninguém. Portanto, sim, Cafofo não é acusado de nada, não é culpado de crime nenhum, não é arguido de nada, não existem provas em concreto, apenas alegadas denúncias anónimas com tudo o que isso implica. Mas não, não pode reclamar apenas para si comportamentos sérios e assentes em rigor ético e alimentar insinuações idiotas ou ter atitudes e comportamentos diferentes com adversários políticos. Ficou claro? Se assim não for, esqueça, vai continuar a ser alvo de ataques, de insinuações e de acusações, mesmo que não existam provas. Porque é a política que tem que dar o exemplo, a começar pelos seus protagonistas (LFM)

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