quinta-feira, outubro 29, 2020

Primeiras vacinas? “Provavelmente serão imperfeitas”, diz especialista

 A primeira geração de vacinas contra a Covid-19 “provavelmente será imperfeita” e “pode não funcionar para todos”, afirmou, esta quarta-feira, a presidente da ‘task-force’ de desenvolvimento de vacinas do Reino Unido, Kate Bingham. “No entanto, não sabemos se algum dia teremos uma vacina. É importante prevenir-se contra a complacência e o excesso de otimismo”, escreveu Bingham num artigo publicado no jornal médico ‘The Lancet’.

“Nenhuma vacina na história da medicina foi tão esperada quanto a que protege contra a síndrome respiratória aguda grave do coronavírus 2 (SARS-CoV-2). A vacinação é amplamente considerada como a única estratégia verdadeira de saída da pandemia que atualmente está a espalhar-se globalmente”, pode ler-se na sua análise.

“Não sabemos se algum dia teremos uma vacina. É importante prevenirmo-nos contra o otimismo excessivo. É provávell que a primeira geração de vacinas seja imperfeita e devemos estar preparados para que não previna a infeção, ainda que reduza os sintomas e, mesmo assim, podem não funcionar para todos ou por muito tempo”, ressalvou a especialista. Bingham reconhece que “muitas, e possivelmente todas, as vacinas podem falhar”, acrescentando que o foco tem sido nas vacinas que devem provocar respostas imunológicas na população com mais de 65 anos, mas que a capacidade de produção global de vacinas é extremamente inadequada para os biliões de doses necessárias.

A produção da vacina no Reino Unido está a ser ‘igualmente escassa’, frisa a especialista. Um estudo realizado por cientistas do Imperial College London, divulgado esta terça-feira, descobriu que os anticorpos contra o novo coronavírus diminuíram rapidamente na população britânica durante o verão, sugerindo que a proteção após a infeção pode não ser duradoura, aumentando a perspetiva de diminuição da imunidade na comunidade. Segundo avançou o ‘Telegraph’, o governo britânico está a trabalhar com a suposição de que a segunda onda de coronavírus será mais mortal do que a primeira (Executive Digest, texto da jornalista  Sónia Bexiga)

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