quinta-feira, outubro 22, 2020

Nota: Pedro Calado na corrida à CMF? A pandemia está a corroer as células cinzentas?

Sobre o tema em epígrafe, e sem mais considerações - desde logo uma deambulação sobre a realidade numérica dos actos eleitorais no Funchal e os dados que as eleições de 2017 (que deviam ser lição em muita coisa e pelos vistos não foram....), deixo apenas três itens em cima da mesa (na certeza que sou daqueles que acham que Pedro Calado deve estar onde está e que é mais útil continuando onde está)

I. Quando Passos e Portas andaram a fazer o que fizerem em Lisboa, no poleiro, entre 2011 e 2015, por acaso o PSD ou o CDS lideravam a Câmara de Lisboa? E isso foi importante para eles? Por acaso deixaram os dois agora retrirados da política activa (mas tudo o que ainda hoje se passa ainda é o "legado" deles...) de dormir só porque Costa era o edil de Lisboa e agora está onde está graças ao que aconteceu erm 2015?

II. Cheira-me que Pedro Calado está a ser apressadamente empurrado para dar o passo mais desastroso da sua ainda curta vida política. E o pior é que me cheira também a que alguns andam a querer isso e incentivam-no a fazê-lo exactamente para se verem livres do actual Vice do GRM. Acho que até sondagens vão promover a contar com o eventual deslumbramento de PC. Só que em eleições - e sublinho não sei como vão ser as autárquicas de 2021, não sei mesmo, em termos processuais, no terreno (veja-se a deprimente e desmobilizadora campanha eleitoral para as regionais nos Açores, comparando com o que era normal antes da pandemia) e quais as consequências disso - mnandam os erleitores nas urnas, aqueles que lá forem. Resumindo, e citando os brasileiros, "sacanagem pura"...

III. Alguém me explica a sério uma coisa: será que a CMF anda a tirar a inteligência e a racionalidade às pessoas na política, ao ponto de elas já nem saberem o que são as prioridades neste momento de treemenda incerteza em que nada pode falhar sob pena da Madeira mergulhar num casos económico, social e financeiro? E, já agora, um dia, se quiserem, podemos escrever as memórias verdadeiras, repito, verdadeiras, de tudo o que se passou entre a CMF e o GRM noutros tempos - não tão longínquos... - e de como certos desfechos acontecerem, porque acontecerem, à custa do quê e graças a quem e a quê.
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Notas finais: o PS-Madeira sozinho nunca ganhou eleições autárquicas no Funchal, a não ser em coligação (2013 e 2017). O PSD-M parece ter-se esquecido que depois das derrotas autárquicas, repito, em 2013 e 2017, voltou a perder no Funchal para as regionais de 2019, mesmo que neste caso possamos encontrar explicações (?) para o que se passou. Mas que o aviso ficou - ficou mesmo? - quanto a isso não tenho dúvidas. Nas autárquicas - último recado a quem de direito - a atitude dos eleitores (e não duvidem que apenas 35 a 40% dos eleitores votantes fazem as opções em função da em fidelidade partidária) tem muito a ver com a confiança que os candidatos transmitem, com a seriedade, com a afectividade que o candidato constrói com os seus eleitores, na freguesia e no concelho, com a forma como no terreno consolidam essa confiança que sendo política é também pessoal. O PSD-M teve pelo menos dois exemplos em 2017 que deviam servir de barómetro para decisões futuras. Duvido que alguma vez venham a ser. Porque há quem prefira perder tempo à "posteriori" a tentar justificar as derrotas do que em antecipadamente precaver-se para que elas não ocorram. E neste contexto - falando agora de outros que não em PC, porque esta procissão pré-autárquica tem muito protagonista ambicioso à espreita e que se julga um "deus" das urnas e dos eleitores... - as vaidades pessoais e a incapacidade de certas pessoas em perceberem qual é realmente o seu lugar. Ficou claro?
Em 2013 o PSD-M ainda com Alberto João Jardim não perdeu 7 das 11 Câmaras Municipais da RAM? E qual foi o problema? Se quiserem podemos falar também disso, das eventuais causas para o que se passou então. Mas não foi essa a vontade do povo eleitor? Em 2017 voltou a acontecer igual desfecho, mesmo contabilizando aquelas cenas das candidaturas de independentes, mas todos com passado político activo ligado ao PSD. Não foi de novo essa a vontade dos eleitores? E quais os problemas, em termos de governação regional, daí resultantes? (LFM)

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