Depois dos 20 anos, a suscetibilidade ao novo coronavírus volta a aumentar mas as crianças e adolescentes até essa idade têm relativamente baixa probabilidade de serem infetadas. Além disso, apenas 21% apresentam sintomas, uma percentagem que chega aos 69% quando a idade ultrapassa os 70 anos. As crianças e adolescentes com menos de 20 anos não têm tantas probabilidades de serem infetadas com o novo coronavírus, uma nova informação que pode revelar-se crucial para os decisores políticos que estão a pensar em reabrir creches e escolas nos primeiros anos de escolaridade. O estudo, desenvolvido pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Londres, foi publicado na terça-feira e mostra ainda que, no geral, nestas idades os infetados não apresentam sintomas de covid-19. O estudo afirma que as crianças têm metade das hipóteses de serem infetadas do que as pessoas com mais de 20 anos e, quando isso acontece, apenas 21% apresentam sintomas, comparando com 69% das pessoas que os revelam acima dos 70 anos.
“Estes resultados têm implicações na crença que o fecho das escolas é uma opção para mitigar a transmissão do SARS-Cov-2, já que esta medida parece ter menos efeito com este vírus, do que aquele que pode ter tido na contenção de outros vírus respiratórios”, escreveram os autores no comunicado que acompanha a publicação do estudo, citado pelo “Washington Post”.
As razões para esta aparente imunidade nos muito jovens não são totalmente conhecidas mas os autores adiantam que pode resultar de uma resposta muito assertiva do sistema imunitário, habituado ao contacto com outros tipos de coronavírus, como o vírus da gripe, ou influenza. Os resultados podem também ajudar a explicar por que razão o vírus não tem provocado o mesmo número de mortes nos países em desenvolvimento que se verifica entre as nações mais desenvolvidas: enquanto as pirâmides demográficas na Europa, América do Norte ou Japão mostram um grande número de população idosa, as de alguns países de África são o inverso, com uma grande concentração de pessoas jovens e uma esperança média de vida menor, o que leva a que haja menos cidadãos mais velhos a serem infetados, e a sucumbir, ao vírus. Cerca de 40% da população da África Subsaariana tem menos de 15 anos se excluirmos a África do Sul. O estudo, publicado na revista Nature, debruçou-se sobre dados recolhidos na China, Itália, Japão, Singapura, Canadá e Coreia do Sul (Expresso)
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