quinta-feira, junho 18, 2020

Governo convencido de que o país vai “recuperar mais rapidamente do que nas anteriores crises”

Ministro das Finanças mostra-se confiante em relação à recuperação económica e garante que o Governo não vai aumentar impostos neste Orçamento Suplementar nem no futuro. Já Rui Rio deixa um aviso: "Otimismo em excesso não é bom conselheiro". O ministro das Finanças demonstrou esta quarta-feira confiança em relação à recuperação rápida do país desta crise provocada pela pandemia de covid-19. Recordando que a atual crise “não teve uma origem estrutural” e que “a economia portuguesa partia de uma situação financeira sólida”, João Leão acrescentou na Assembleia da República: “Estou convicto que, uma vez ultrapassada a pandemia e com a resposta adequada nacional e europeia, vamos recuperar mais rapidamente que as anteriores crises.” E deixou ainda duas garantias ao país: o Governo não propõe qualquer aumento de impostos neste Orçamento Suplementar nem cortes na despesa, nem vai propor “nenhum aumento de impostos para o futuro”.

Recorde-se que, de acordo com o cenário macroeconómico do Governo no Orçamento Suplementar, o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 6,9%, mas deverá recuperar já em 2021, subindo 4,3% – previsões mais otimistas que as do Banco de Portugal, que aponta para uma queda do PIB de entre 9,5% e 13,1% este ano.
O Governo prevê ainda que o défice estimado para este ano (6,6%) deverá recuar em 2021, voltando a ficar abaixo de 3%, tal como a taxa de desemprego, que deverá alcançar 9,6% este ano e depois descer para 8,7% em 2021.
Já o líder do PSD, Rui Rio, considera que o Governo está "excessivamente otimista" quanto à recuperação económica, que João Leão prometeu que seria rápida. E deixa um aviso ao ministro das Finanças: "Permita-me aconselhá-lo a preocupar-se com a gravidade dos números que tem pela frente". Este é um dos casos em que o otimismo em excesso não é bom conselheiro."
“CABE-NOS A NÓS REAGIR” À PANDEMIA, DIZ SIZA VIEIRA
Também o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, recordou que a crise que Portugal enfrenta não atinge apenas o país, mas também a Europa e o mundo. “É preciso nestas circunstâncias que haja respostas daqueles que são os únicos atores que conseguem dar resposta nestas situações: que são os Estados e a União Europeia”, realçou. Mas, para já e enquanto os fundos europeus não chegam, “cabe-nos nós reagir”, “é preciso que os Estados reajam” à pandemia.
“É um momento de grande incerteza, não sabemos qual o ritmo da retoma internacional”, sublinha. “Mas sabemos que quanto mais mantivermos coesa a nossa comunidade, quanto melhor for a resposta nacional e quanto melhor mantivermos os empregos e as empresas, mais preparados estaremos para no futuro garantir a retoma”.
O ministro da Economia ainda elencou um conjunto de medidas já avançadas pelo Governo: “É preciso apoiar e investir no SNS”, “é preciso apoiar as empresas que ficam sem atividade económica”, “é preciso dar respostas sociais a quem ficou sem rendimento ou com rendimento diminuído”. “O Orçamento Suplementar, com recursos nacionais e europeus, permite assegurar uma melhor resposta na saúde, social e no funcionamento das nossas empresas e garantir a melhor resposta", afirmou (Expresso, texto da jornalista Maria João Bourbon)

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