A morosidade afecta 77% das empresas portuguesas, enquanto 31% sofrem incumprimentos significativos e 10% admitem correr o risco de fechar devido ao impacto dos incumprimentos. Estas são as principais conclusões de um estudo Crédito y Caución, Iberinform e Gestifatura, divulgado nesta segunda-feira. De acordo com o estudo, que contou com os contributos de gestores de mais de 300 empresas de todas as dimensões e sectores, dá conta de que «a falta de controlo sobre a morosidade empresarial é um risco para a actividade das empresas». «O incumprimento dos pagamentos acordados gera importantes tensões de liquidez numa situação como a actual e é especialmente desestabilizadora das operações das empresas de menor dimensão.»
O estudo de gestão de risco de crédito em Portugal revela também que, «se se chega ao não pagamento de uma venda a crédito comercial, a perda equivale aos custos de produção do produto», alertando que o impacto de um não pagamento comercial acentua-se quando menor for a margem de lucro, pois multiplica o número de vendas com clientes solventes necessárias para compensar a perda.
Se uma empresa com uma margem comercial de 10% sofre um incumprimento de 10 mil euros, deverá gerar um novo negócio de 100 mil euros para compensar o impacto dos nove mil euros em custos de produção, exemplifica. Mais de metade das empresas (57%) admite enfrentar um aumento dos seus custos financeiros. Já 34% vê travada a sua expansão comercial. Além disso, 32% vê-se obrigada a limitar os seus novos investimentos e 26% vê reduzido o seu rendimento (Executive Digest, texto da jornalista Ana Rita Rebelo)
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