O Banco Central Europeu anunciou, juntamente com o reforço de 600 mil milhões de euros do Programa de Emergência Pandémica para comprar dívida (PEPP), que a zona euro deverá registar, este ano, a maior desvalorização salarial nominal ‘per capita’ de sempre. Tal como sublinhou a presidente do BCE, Christine Lagarde, na apresentação das novas medidas, “os últimos indicadores económicos e resultados de pesquisas confirmam uma forte contração da economia da área do euro e uma rápida deterioração das condições do mercado de trabalho. A pandemia de coronavírus e as medidas de contenção necessárias afetaram gravemente os setores da indústria e de serviços, afetando a capacidade produtiva da economia da zona euro e a procura doméstica”. O BCE sublinha ainda que o choque de desemprego vai estender-se a 2021 e as consequências nos países vão variar consoante a maior, ou menor, proporção de contratos a termo ou a prazo, outros vínculos precários ou temporários e de trabalho por conta própria.
Portugal será um dos mais afetados pois regista a terceira maior incidência da Europa neste tipo de vínculos laborais. Contas feitas pelo DN/Dinheiro Vivo com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística, mostram que no primeiro trimestre deste ano, estavam nesta situação a prazo e mais precária quase 1,6 milhões de pessoas, um terço do total de trabalhadores. As estimativas do BCE apontam ainda que o salário nominal médio por trabalhador deve recuar 1,9%, naquela que será a maior contração da história da zona euro, sendo que ao somar as séries disponíveis elaboradas pela Comissão Europeia, poderá ser a maior desvalorização salarial nominal desde 1960. Neta matéria, o BCE estima ainda uma redução de 2,8% dos postos de trabalho,com o salário médio a descer em 2020 (ED)
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