sábado, maio 09, 2020

Quase 56% dos professores não conseguiu contactar com todos os alunos

Quatro mil docentes responderam a um inquérito da Fenprof que decorre até dia 11 de maio. Cerca de 56% dos professores não conseguiu contactar, até agora, com todos os alunos durante a fase de encerramento das escolas. Estes são os resultados de um questionário da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que decorre até 11 de maio mas já soma quatro mil respostas de docentes, que manifestaram as principais dificuldades que têm sentido devido à covid-19.  Em comunicado, a Fenprof adiantou que a grande maioria dos docentes considera que o ensino à distância “agrava as desigualdades”, com 93% a dizer ser necessário ter em conta, na organização do próximo ano letivo, os problemas que têm surgido atualmente. “Quanto ao grau de exigência, 66% dos professores considerou o ensino à distância mais exigente e só 20% considerou menos exigente; os restantes professores dizem ser um grau de exigência semelhante ao que já tinham”, pode ler-se na nota divulgada. Além disso, é referido que apenas 19% dos docentes sente apoio por parte do Ministério da Educação, contrastando com os 65% que dizem ser apoiados pelas escolas e 57% pelos pais e encarregados de educação. No que respeita aos alunos com necessidades especiais, esta também tem sido uma grande preocupação.
“Cerca de 60% dos docentes considera que o apoio que está a ser prestado fica aquém do adequado, o que decorre da impossibilidade de trabalhar diretamente com os alunos que são crianças. Confirma-se, assim, a necessidade de ser preparada uma resposta de apoio reforçado a estes alunos logo que eles regressem às escolas, alguns ainda este ano e a maioria no início do próximo ano letivo”, divulgou a Fenprof.
Quanto ao recurso à televisão, cerca de 54% dos professores que responderam ao inquérito disse que é um recurso positivo, apesar de sentirem “insuficiências e dificuldades que resultam do desajustamento entre os conteúdos apresentados e as aprendizagens já realizadas ou por realizar”. O Conselho de Ministros, recorde-se, aprovou esta quinta-feira medidas extraordinárias para as escolas, indicando que os alunos do 11º ano só vão ter aulas presenciais às disciplinas em que se realizem os respetivos exames. “Assim, as disciplinas trienais apenas contam com aulas presenciais no 12º ano”, sublinhou (Jornal i, texto do jornalista Pedro Almeida)

Sem comentários: