segunda-feira, maio 18, 2020

Portugueses têm medo de sair à rua. Regresso às creches também é preocupante

Embora Portugal esteja prestes a entrar na segunda fase do desconfinamento, sair à rua ainda parece algo muito distante a grande parte dos portugueses. Uma sondagem realizada pelo ISCTE e ICS para o jornal Expresso e para a SIC revela que 89% considera “algo arriscado” ou “muito arriscado” andar de transportes públicos. 88% pensa o mesmo sobre ir a um centro de saúde ou a um hopistal e 81% refere essa preocupação relativamente aos restaurantes, cafés ou pastelarias. O inquérito, realizado junto de 622 pessoas, revela ainda que 69% teme ir à praia. Destes, 39% afirma mesmo que é “muito arriscado” visitar os areais em breve. Ir a um hipermercado, mercado ou centro comercial também inspira medo a 79% dos inquiridos, bem como viistar uma loja de comércio tradicional (59%). As deslocações para o local de trabalho ou locais de estudo, por outro lado, mostram valores mais baixo mas, ainda assim, significativos: 49% considera que é arriscado.

Aulas e creches também preocupam portugueses
A mesma sondagem revela que a maioria dos portugueses considera “muito” ou “algo arriscado” o regresso às aulas, que acontecerá já na próxima segunda-feira para alguns alunos. Diz o jornal Expresso que 72% dos inquiridos considera demasiado cedo para abrir as creches e educação e que 62% diz o mesmo da educação pré-escolar – a primeira está prevista para 18 de Maio e a segunda para 1 de Junho. Além disso, mais de dois terços dos pais acham prematuro pôr os filhos nas creches e três em cada quatro não querem que os mais novos regressem à pré-escolar neste momento. Sobre os alunos dos 11.º e 12.º anos, 58% dos inquiridos acredita que não deveriam retomar as aulas presenciais. No sentido inverso, 81% concorda com a decisão do Governo de manter suspenso o regresso às aulas presenciais no ensino básico e até 10.º anos.
Portugueses temem segunda vaga
A sondagem ICS/ISCTE mostra também que 53% dos inquiridos não concorda com o momento do levantamento das restrições: dizem que não se está a esperar o tempo suficiente para começar a regressar à normalidade. Por outro lado, 37% considera que este regresso até está “a demorar demasiado tempo”.
O jornal Expresso indica que esta resposta poderá ser lida em conjunto com a percepção por parte de 94% dos inquiridos de que a situação económica e financeira do país é muito ou algo preocupante. Alguns portugueses poderão querer voltar a sair à rua de modo a alimentar a actividade económica. Na sua maioria (57%), os portugueses inquiridos consideram que “o pior ainda está para vir” e apenas 27% acha que “o pior já passou”. A sondagem foi realizada entre os dias 8 e 10 de Maio, após o fim do estado de emergência (ED)

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