A taxa de
infecção entre enfermeiros e assistentes operacionais nos hospitais de Santo
António, no Porto, e de Santa Maria, em Lisboa, é 10 vezes superior ao
conhecido. A conclusão é de um rastreio serológico realizado pela Fundação
Champalimaund, em parceria com a Ordem dos Médicos, a 700 profissionais que
estiveram na linha da frente do combate à pandemia do novo coronavírus. Os resultados do
estudo, a que a “Executive Digest” teve acesso, mostram que a taxa de infecção
real varia entre 8,4% no Santo António e os 6,5% no Santo Maria. No Porto, foram
testados 347 enfermeiros e assistentes operacionais. Até aqui, era conhecida
uma taxa de infecção em 0,86% dos profissionais, quando na realidade era de
8,4% (8,3% para enfermeiros e 8,5% para auxiliares). Ou seja, foram infectados
cerca de 30 profissionais. Já em Lisboa,
foram submetidos a rastreio um total de 310 enfermeiros e assistentes
operacionais. Segundo este estudo, a taxa real de infecção é de 6,5% (7,6% para
enfermeiros e 4,7% para assistentes), ou seja,
11 vezes mais do que havia sido diagnosticado (0,6%). Sendo assim,
segundo os resultados do estudo, cerca de 20 profissionais terão tido contacto
com o vírus.
Todos estes
profissionais foram submetidos a testes serológicos através do método ELISA,
que consiste numa recolha de sangue, depois analisada em laboratório para
detecção dos anticorpos IgM, IgA e IgG. Um balanço da
agência de notícias “France-Press”, feito a partir de dados oficiais, revelam
que a pandemia de Covid-19, que teve origem na China, em Dezembro, já provocou
mais de 297 óbitos e infectou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e
territórios. Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados pelas
autoridades de saúde.
Em Portugal, os
dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde apontam para 1.184 vítimas
mortais associadas ao novo coronavírus e 28.319 casos de infecção. Portugal está
desde 3 de Maio em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos
em Estado de Emergência (de 19 de Março a 2 de Maio). Esta nova fase prevê,
contudo, o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância
activa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de
máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e
estabelecimentos comerciais (Executive Digest, texto da jornalista Ana RitaRebelo)
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