quinta-feira, maio 14, 2020

Covid-19 arrasta indústria da aviação para a crise mais profunda da sua história

As projeções para setor da aviação em todo o mundo sofreram uma reviravolta dramática para pior e com uma rapidez jamais sentida, com a procura de viagens aéreas a ser esmagada pelas restrições impostas pela pandemia da covid-19. Com cerca de 90% da frota a ser arrastada praticamente zero, a redução de tráfego excedeu em muito o nível observado em eventos como o surto de SARS e os ataques terroristas de 11 Setembro de 2001,  o que colocou a indústria da aviação em tensão extrema. E segundo a análise “Como está a covid-19 a mudar o mundo: uma perspectiva estatística”, lançada esta quinta-feira pelo Eurostat, as perspectivas para abril devem deteriorar-se ainda mais. De acordo com a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), a análise ao impacto económico da covid-19 na aviação indica que, no mês de março, mês em pandemia foi declarada,  38% da capacidade de assentos foram cortados globalmente em comparação com o mesmo período de 2019. O número de passageiros caiu 54% ou 198 milhões, devido ao fator de carga amortecido.

A Ásia-Pacífico registou a maior queda no número de passageiros em 85 milhões, seguindo-se a Europa e os EUA com 50 e 35 milhões, respetivamente. Sobre o tráfego de carga aérea, a queda foi de 19% em março, compensando o recente aumento da procura por navios de transporte de medicamentos. A queda no tráfego aéreo causou ainda uma grave pressão financeira sobre todas as partes interessadas na aviação setor. Apenas em março, o Eurostat estima que as companhias aéreas atinjam perdas de 28 mil milhões de dólares em receitas, enquanto os aeroportos e os prestadores de serviços de navegação deverão perder 8 mil milhões e 824 milhões, respetivamente.
Nesta análise, o Eurostat recorda que a aviação estimula as economias globais através de emprego, comércio e turismo, assim como desempenha um papel instrumental como facilitador mundial em tempos de crise, através de sua vasta rede e conectividade, serviços de carga e suporte a cadeias de fornecedores. “É de total prioridade manter os interesses financeiros da indústria da aviação operacional e funcional, para que possa superar as consequências desta crise sem precedentes”, pode ler-se no documento (Executive Digest, texto da jornalista Sónia Bexiga)

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