terça-feira, maio 19, 2020

CORONAVÍRUS: 25 MITOS DESMISTIFICADOS

Enquanto que a Covid-19 continua a preencher os escaparates da informação um pouco por todo o mundo, muitas são as informações contraditórias e os mitos que se vão instalando. De seguida, desvende a verdade por detrás de alguns mitos e teorias da conspiração. O novo coronavírus, identificado como SARS-CoV-2, espalhou-se desde Wuhan, na China, para todos os continentes do mundo à exceção da Antártica. Tal fez com que a Organização Mundial de Saúde tivesse declarado pandemia mundial a 11 de março passado. O vírus é responsável por milhões de infeções em todo o mundo, causando centenas de milhares de mortes e instalando o medo E com este surgem os mitos, desinformação, rumores e teorias da conspiração. De seguida enumeramos alguns mitos mais comuns que circulam pela Internet, compilados pelo site ‘Medical News Today’.
1 – Pulverizar cloro ou álcool na pele mata o vírus no corpo
A aplicação de álcool ou cloro no corpo pode causar danos, especialmente se entrar em contacto com os olhos ou boca. Embora as pessoas possam usar esses produtos químicos para desinfetar superfícies, eles não devem ser usados ​​na pele. Para isso existem os produtos próprios, como álcool gel ou sabão.
2 – Apenas idosos e jovens estão em risco
O SARS-CoV-2, como outros coronavírus, pode infetar pessoas de qualquer idade. No entanto, idosos e indivíduos com condições de saúde preexistentes, como diabetes ou asma, têm maior probabilidade de ficar gravemente doentes.

3 – Crianças não contraem COVID-19
Todas as faixas etárias podem ser infetadas por SARS-CoV-2. Até agora, a maioria dos casos ocorreu em adultos, mas as crianças não são imunes. De facto, evidências preliminares sugerem que as crianças têm a mesma probabilidade de contrair o vírus, mas os seus sintomas tendem a ser menos graves.
4 – A COVID-19 é como a gripe
O SARS-CoV-2 causa uma doença que apresenta sintomas semelhantes aos da gripe, como dores, febre e tosse. Da mesma forma, a COVID-19 e a gripe podem ser leves, graves ou, em casos raros, fatais. Ambos também podem levar à pneumonia. No entanto, o perfil geral da COVID-19 é mais sério. As estimativas variam, a mas sua taxa de mortalidade parece estar entre 1% e 3%. Embora os cientistas ainda estejam a calcular a taxa exata de mortalidade, é provável que esta seja muito mais alta que a da gripe sazonal.
5 – Todas as pessoas que contraem COVID-19 morrem
Esta afirmação é falsa. A COVID-19 é fatal apenas para uma pequena percentagem de pessoas. Relatórios realizados e a própria OMS indicam que cerca de 80% dos casos de COVID-19 são leves, não exigindo tratamento especializado num hospital. Os sintomas leves podem incluir febre, tosse, dor de garganta, cansaço e falta de ar.
6 – Gatos e cães espalham o coronavírus
Atualmente, existem poucas evidências sugerindo que o SARS-CoV-2 possa disseminar-se através de gatos e cães. No entanto, em Hong Kong, um cão cujo dono tinha COVID-19 também contraiu o vírus. O cão não apresentou nenhum sintoma. Também uma nova pesquisa realizada nos EUA confirma que os gatos podem contrair o vírus de humanos e transmitir a outros gatos. Porém, a transmissão gato-humano não está provada. «Temos de diferenciar entre infeção real e apenas detetar a presença do vírus. Ainda acho questionável a relevância do surto humano, já que a maior parte do surto global foi causada pela transmissão de humano para humano. Precisamos descobrir mais, mas não entrar em pânico – duvido que possa espalhar-se para outro cão ou humano por causa dos baixos níveis do vírus. O verdadeiro condutor do surto são os humanos», explica Jonathan Ball, professor de virologia molecular na Universidade de Nottingham, Reino Unido, ao Medical News Today’.
7 – As máscaras protegem sempre contra o coronavírus
Os profissionais de saúde usam máscaras faciais profissionais, que se ajustam firmemente ao redor do rosto, para se protegerem de infeções. Máscaras descartáveis ​​e de tecido podem proteger contra gotículas, mas não podem proteger contra partículas em aerossol. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomendam que todas as pessoas usem máscaras de pano em locais públicos, onde é difícil manter uma distância de dois metros dos outros. Isso ajudará a retardar a propagação do vírus por pessoas assintomáticas e por aqueles que não sabem que o contraíram. Ao usar uma máscara é essencial continuar com outras precauções, como não tocar no rosto e praticar distanciamento físico. As máscaras cirúrgicas e os respiradores N95 oferecem maior proteção, mas são reservados apenas para profissionais de saúde.
8 – Secadores de mãos matam o coronavírus
Secadores de mãos não matam o coronavírus. A melhor maneira de proteger-se e aos outros é lavar as mãos com água e sabão ou com uma solução à base de álcool.
9 – SARS-CoV-2 é apenas uma forma mutada da constipação comum
Os coronavírus são uma grande família de vírus, todos com proteínas pontiagudas na sua superfície. Alguns desses vírus usam humanos como o seu principal hospedeiro e causam a constipação ou gripe comuns. Outros coronavírus, como o SARS-CoV-2, infetam principalmente animais. A síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a síndrome respiratória aguda grave (SARS) começaram em animais e passaram para os seres humanos.
10 – É preciso estar com alguém durante 10 minutos para contrair o vírus
Quanto mais tempo alguém fica com uma pessoa que o possui, maior a probabilidade de ele próprio apanhar o vírus, mas é possível contraí-lo em menos de 10 minutos.
11 – Lavar o nariz com soro fisiológico protege contra o coronavírus
Não há evidências que sugiram que uma lavagem do nariz com solução salina proteja contra infeções respiratórias. Algumas pesquisas sugerem que essa técnica pode reduzir os sintomas de infeções agudas do trato respiratório superior, mas os cientistas não descobriram que ela possa reduzir o risco de infeção.
12 – Antibióticos matam o coronavírus
Antibióticos apenas matam bactérias. Eles não matam vírus.
13 – Scanners térmicos podem diagnosticar coronavírus
Os scanners térmicos podem detetar se alguém está com febre ou não. No entanto, outras condições, como a gripe sazonal, também podem produzir febre. Além disso, os sintomas da COVID-19 podem aparecer de 2 a 14 dias após a infeção, o que significa que alguém com o vírus pode ter uma temperatura normal por alguns dias antes do início da febre.
14 – Alho protege contra coronavírus
Algumas pesquisas sugerem que o alho pode retardar o crescimento de algumas espécies de bactérias. No entanto, a COVID-19 é causado por um vírus e não há evidências que sugiram que o alho possa proteger as pessoas contra a COVID-19.
15 – É possível contrair o novo o coronavírus comendo comida chinesa
Não, isso não é verdade.
16 – Pacotes da China podem espalhar o coronavírus
De pesquisas anteriores sobre coronavírus semelhantes, incluindo aqueles que causam SARS e MERS e são semelhantes ao SARS-CoV-2, os cientistas acreditam que o vírus não pode sobreviver em cartas ou embalagens por um longo período.
17 – Remédios caseiros podem curar e proteger contra COVID-19
Nenhum remédio caseiro pode proteger contra a COVID-19. Isso vale para a vitamina C, óleos essenciais, coloide de prata, óleo de gergelim, alho, limpador de aquário, sálvia e beber água a cada 15 minutos. A melhor abordagem é a frequente lavagem das mãos e evitar locais onde possa haver pessoas doentes.
18 – É possível contrair o coronavírus na urina e nas fezes
É improvável que isso seja verdade, mas não há certezas ainda. De acordo com o professor John Edmunds, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unido, «não é um pensamento muito agradável, mas toda vez que se engole, engole-se muco do trato respiratório superior. De facto, este é um importante mecanismo defensivo que varre vírus e bactérias do nosso intestino, onde são desnaturados nas condições ácidas dos nossos estômagos». No entanto, vale ressaltar que algumas pesquisas concluem que vírus semelhantes ao SARS-CoV-2 podem persistir nas fezes. Uma pesquisa recente publicada no JAMA também conclui que o SARS-CoV-2 está presente nas fezes.
19 – O vírus desaparece quando as temperaturas sobem
Alguns vírus, como o da constipação e da gripe, espalham-se mais facilmente nos meses mais frios, mas isso não significa que eles parem completamente quando as condições se tornam mais amenas. Atualmente, os cientistas não sabem como as mudanças de temperatura influenciarão o comportamento do SARS-CoV-2.
20 – O coronavírus é o vírus mais mortal conhecido pelos seres humanos
Embora o SARS-CoV-2 pareça ser mais sério do que a gripe, não é o vírus mais mortal que as pessoas enfrentaram. Outros, como o Ébola, têm maiores taxas de mortalidade.
21 – As vacinas contra a gripe e a pneumonia podem proteger contra a COVID-19
Como o SARS-CoV-2 é diferente de outros vírus, nenhuma vacina existente protege contra infeções.
22 – O vírus teve origem num laboratório na China
Apesar dos rumores na Internet, não há evidências que sugiram que tenha sido assim. De facto, um estudo recente demonstra que o vírus é um produto natural da evolução. Alguns pesquisadores acreditam que o SARS-CoV-2 pode ter saltado de pangolins para humanos. Outros pensam que poderia ter passado para nós a partir de morcegos, como foi o caso da SARS.
23 – O 5G ajuda o SARS-CoV-2 a espalhar-se
À medida que o mundo se torna mais conectado, algumas regiões estão a lançar a tecnologia móvel 5G. Uma série de teorias da conspiração aparece onde quer que essa tecnologia ponha os pés. Uma das teorias mais recentes a surgir é que o 5G é responsável pela rápida disseminação do SARS-CoV-2 em todo o mundo. Algumas pessoas afirmam que o 5G ajuda os vírus a comunicarem, citando frequentemente um artigo de 2011. Neste estudo, os autores concluem que as bactérias podem se comunicar por meio de sinais eletromagnéticos. No entanto, especialistas contestam essa teoria e o SARS-CoV-2 é um vírus, não uma bactéria. Wuhan foi uma das primeiras cidades a testar o 5G na China, o que ajuda a explicar a origem de algumas dessas teorias.  Também é importante notar que a COVID-19 impactou significativamente países com muito pouca cobertura 5G, como o Irão.
24 – Beber álcool reduz o risco de infeção
Em resposta a uma série de mitos em torno do álcool e da COVID-19, a OMS divulgou um comunicado. Nele, explica que, embora o álcool possa desinfetar a pele, ele não funciona da mesma maneira dentro do corpo. A OMS explica que «consumir qualquer álcool apresenta riscos para a saúde, mas consumir álcool etílico (etanol) de alta resistência, principalmente se tiver sido adulterado com metanol, pode resultar em graves consequências para a saúde, incluindo a morte».
25 – O surto começou porque as pessoas comiam sopa de morcego 
Embora os cientistas estejam confiantes de que o vírus começou em animais, não há evidências que sugiram que ele chegou até nós através de qualquer tipo de sopa (aqui)

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