quinta-feira, dezembro 05, 2019

PSD: Homem da comunicação de Rio também é maçon...

Numa indireta aos seus adversários, Rui Rio falou de interesses obscuros da maçonaria. Mas afinal o homem que escolheu para o ajudar a vencer as eleições no PSD é maçon. "Nunca escondi", garante João Tocha. Apesar de Rui Rio ter criticado a maçonaria e de ter garantido que ela promovia “interesses obscuros” dentro do PSD, o homem que escolheu para fazer a sua comunicação é maçon. João Tocha foi iniciado no Grande Oriente Lusitano (GOL), a mais antiga obediência, onde pertence à Loja Lusitânia. À VISÃO João Tocha admite que é maçon desde 1991, mas garante que nunca falou do assunto com o líder dos sociais-democratas. “Nem eu admito que se entre nesses campos. Nunca escondi que pertenço à maçonaria, e não escondo, mas não vamos misturar as coisas”.
Numa clara indireta aos seus adversários, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, que já tiveram ligações mais próximas com a maçonaria, Rui Rio disse recentemente que dentro do partido existem “interesses secretos, obscuros, pouco transparentes”. E depois, à margem de um encontro com militantes do distrito de Aveiro, admitiu estar a referir-me à maçonaria. A organização à qual pertence afinal o homem que escolheu para o ajudar a vencer aos adversários, que participaram em sessões da maçonaria, mas no caso à Grande Loja Legal de Portugal (GLLP).

João Tocha conta que entrou na maçonaria em 1991. Entre os “irmãos” qu passaram pela loja que intrega, a Lusitânia, apurou a VISÃO junto de fontes maçónicas, encontram-se várias personalidades políticas, como, por exemplo, o eurodeputado Carlos Zorrinho, o homem que foi secretário de Estado da Justiça de José Sócrates Conde Rodrigues ou o antigo bastonários dos Médicos Germano de Sousa. O maçon que atualmente lidera as reuniões da sua loja (a que os maçons chamam de venerável mestre) é António Santos Luíz, que chegou a ser vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
As declarações de Rio não caíram bem no seio da maconaria, mas João Tocha diz compreender: “É natural, se o dr. Rui Rio sente que há qualquer coisa de errado, que o diga. Eu não misturo conceções filosóficas com política partidária, se não, não estaria na Maçonaria, estariam num partido a militar”. O consultor em comunicação continua: “Não me incomodam nada estas declarações, percebo onde ele quer chegar. O dr. Rui Rio sente que há estruturas organizadas, que há planos para minar… mas isso não é a Maçonaria. Nas lojas, há uma máxima que é a de ser proibido tratar política partidária e eu cumpro à risca essa máxima.”
João Tocha trabalhou na comunicação de Rui Rio desde os tempos da Câmara Municipal do Porto. No inicio deste ano, foi contratado para fazer a comunicação de Rio, que agora é candidato à liderança do PSD. Começou, recorda,  a fazer assessoria dias antes de Luís Montenegro ter lançado o desafio ao Rio para que colocasse a liderança à disposição. O que acabou na primeira derrota de Montenegro.
Com a maçonaria no centro da campanha para a liderança do PSD, João Tocha admite que pode haver quem use indevidamente a instituição. “Nesta discussão, não podemos confundir a árvore com a floresta. Como em todas as organizações, há galhos podres que podem minar as instituições. Há na política como há nas polícias, nos clubes de futebol, até já Igreja ou no jornalismo” (Visão)

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