Há
companhias aéreas acusadas de carregar rios de combustível a bordo para poupar.
Mas é o ambiente quem está a pagar a factura. Uma investigação da “BBC”, revela
que, em 2018 foram geradas 18 mil toneladas de dióxido de carbono a mais só
pela British Airways, do grupo IAG. A transportadora britânica é acusada de
meter mais combustível a bordo do que aquele que precisa, para conseguir poupar
nos custos, uma vez que ficaria mais caro abastecer no destino. No entanto,
para diminuir os custos, a factura ambiental eleva-se: o avião não só vai mais
pesado, como emite mais gases poluentes para a atmosfera. A este fenómeno dá-se
o nome de «fuel-tankering».
De
acordo com a estação televisiva “BBC”, a British transportou três toneladas de
combustível a mais num voo para Itália, emitindo 600 quilos de dióxido de
carbono superiores ao que seria esperado. Conseguiu com isso poupar 40 livras
(46 euros). A companhia defendeu-se, referindo que transporta combustível a
mais por «razões operacionais, de segurança e de preço». Entretanto, Willie
Walsh, que lidera a IAG (dona da British), considerou que a empresa irá
repensar esta prática: «Estamos a questionar-nos se é sustentável. Claro que as
poupanças financeiras nos incentivam a fazer isto. Mas talvez seja errado
fazê-lo».
Mas
a British não é caso único. A easyJet também segue esta prática para poupar no
combustível, um dos custos mais pesados para as companhias aéreas, devido ao
facto de os destino europeus praticarem diferentes preços no abastecimento. Segundo
cálculos da Eurocontrol, responsável por gerir o tráfego aéreo na Europa,
estima-se que, com esta prática, sejam emitidas 901 mil toneladas de dióxido de
carbono a mais. John Sauven, director do Greenpeace no Reino Unido, disse à
“BBC” que este «um exemplo clássico de uma empresa pôr os lucros à frente do
planeta» (Executive Digest, texto de Ana Rita Rebelo)
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