Os planos traçados por mais de 50 bancos a nível mundial na redução da
força de trabalho ascende a 77.780 empregos, um número que bate o recorde face
aos anúncios anuais traçados desde 2015, revelam contas feitas pela Bloomberg.
O corte de empregos anunciados por mais de 50 bancos a nível mundial este ano
são os mais altos desde 2015, quando foram anunciados 91.448 despedimentos. Os novos desafios da digitalização e a manutenção das taxas de juro
negativas durante os próximos anos constituem os ingredientes para a sangria na
redução da força de trabalho. Uma realidade a que não é também alheio o
contexto económico de desaceleração que potencia uma política de corte de
custos via despedimentos e rescisões. Só em 2019 os dados da agência noticiosa Bloomberg revelam que os cortes
chegaram aos 77.780 postos de trabalho, o que corresponde à maior redução
anunciada pelas instituições financeiras globais.
O Morgan Stanley foi o mais recente exemplo neste final de ano ao
revelar o corte de 1500 empregos, número que representa 2% da força de trabalho
do banco. Já entre os maiores bancos alemães, segundo refere a Bloomberg, só o
Deutsche Bank tem estimada a saída de 18 mil trabalhadores até 2022.
Segundo os dados recolhidos pela agência noticiosa, nos últimos seis
anos, ou seja desde 2013, ter-se-ão perdido 425 mil empregos na banca, isto
tendo em conta os planos de corte anunciados pelos bancos. Porém, a Bloomberg
chama a atenção para o facto de este número poder ser maior já que muitos
bancos avançam com despedimentos sem os divulgar.
Em Portugal perderam-se 16 mil postos de trabalho desde 2008
Em Portugal, segundo as últimas estatísticas do Banco de Portugal, entre
2008 e 2018, os bancos dispensaram aproximadamente 16 mil trabalhadores. Em
2008 a banca empregava 78.963 trabalhadores, mas desde então foi sempre a cair
em em 2018 a banca empregava 62.985. Uma tendência que deverá manter-se embora
a um ritmo menos acentuado. Os bancos europeus representam 82% do total dos
bancos monitorizados pela Bloomberg. Só na Europa foram anunciados reduções de
63.611 trabalhadores, nos EUA cerca de 7.669 e na América Latina 3.500, para
dar alguns exemplos (Expresso, texto da jornalista Isabel Vicente)
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