domingo, dezembro 29, 2019

Mais de 50 bancos mundiais despediram este ano. Números batem novo recorde desde 2015

Os planos traçados por mais de 50 bancos a nível mundial na redução da força de trabalho ascende a 77.780 empregos, um número que bate o recorde face aos anúncios anuais traçados desde 2015, revelam contas feitas pela Bloomberg. O corte de empregos anunciados por mais de 50 bancos a nível mundial este ano são os mais altos desde 2015, quando foram anunciados 91.448 despedimentos. Os novos desafios da digitalização e a manutenção das taxas de juro negativas durante os próximos anos constituem os ingredientes para a sangria na redução da força de trabalho. Uma realidade a que não é também alheio o contexto económico de desaceleração que potencia uma política de corte de custos via despedimentos e rescisões. Só em 2019 os dados da agência noticiosa Bloomberg revelam que os cortes chegaram aos 77.780 postos de trabalho, o que corresponde à maior redução anunciada pelas instituições financeiras globais.

O Morgan Stanley foi o mais recente exemplo neste final de ano ao revelar o corte de 1500 empregos, número que representa 2% da força de trabalho do banco. Já entre os maiores bancos alemães, segundo refere a Bloomberg, só o Deutsche Bank tem estimada a saída de 18 mil trabalhadores até 2022.
Segundo os dados recolhidos pela agência noticiosa, nos últimos seis anos, ou seja desde 2013, ter-se-ão perdido 425 mil empregos na banca, isto tendo em conta os planos de corte anunciados pelos bancos. Porém, a Bloomberg chama a atenção para o facto de este número poder ser maior já que muitos bancos avançam com despedimentos sem os divulgar.
Em Portugal perderam-se 16 mil postos de trabalho desde 2008

Em Portugal, segundo as últimas estatísticas do Banco de Portugal, entre 2008 e 2018, os bancos dispensaram aproximadamente 16 mil trabalhadores. Em 2008 a banca empregava 78.963 trabalhadores, mas desde então foi sempre a cair em em 2018 a banca empregava 62.985. Uma tendência que deverá manter-se embora a um ritmo menos acentuado. Os bancos europeus representam 82% do total dos bancos monitorizados pela Bloomberg. Só na Europa foram anunciados reduções de 63.611 trabalhadores, nos EUA cerca de 7.669 e na América Latina 3.500, para dar alguns exemplos (Expresso, texto da jornalista Isabel Vicente)

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