A empresa estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) instalou
em várias estações de serviço de Caracas, um novo sistema biométrico de
pagamento de combustíveis, que permitirá ao Governo venezuelano cobrar a
gasolina a preços internacionais. O novo sistema, composto por um leitor de
impressões digitais, um leitor de cartões e um terminal de pagamento, foi
inicialmente instalado em vários Estados do interior da Venezuela e, segundo o
Presidente Nicolás Maduro, a partir de 24 de setembro o sistema entrará em
período experimental na capital.
Uma vez em funcionamento, os venezuelanos que sejam
titulares do Cartão da Pátria (promovido pelo Partido Socialista Unido da
Venezuela, o partido do Governo) vão poder aceder a gasolina a preços
subsidiados, mas cujo valor ainda não foi divulgado. Por outro lado, quem não tiver aquele instrumento
promovido pelo partido do Governo, terá de pagar a gasolina a preços
internacionais, uma situação que está a ser questionada pela população, que tem
divulgado vídeos através da Internet, nos quais alegados oficiais da Guarda
Nacional Bolivariana (polícia militar) têm impedido o abastecimento por parte
dos cidadãos que não têm o Cartão da Pátria.
Entretanto, esta sexta-feira, no Estado venezuelano de
Táchira (sudoeste do país), onde o novo sistema já foi implementado há várias
semanas, a população bloqueou várias estradas em protesto pela falta de
gasolina e pela impossibilidade de comprar livremente aquele combustível. Por
outro lado, as autoridades acreditam que com o novo sistema será possível
combater o contrabando de combustível nas regiões fronteiriças com a Colômbia,
o Brasil e a Guiana.
O aumento dos preços da gasolina faz parte do pacote
de medidas económicas adotadas desde 20 de agosto pelo Presidente Nicolás
Maduro, e que inclui uma reconversão monetária que eliminou cinco zeros ao
bolívar forte para dar origem ao bolívar soberano. As medidas incluíram ainda
um aumento do IVA de 12% para 16%, uma desvalorização de 98% da moeda
venezuelana, um aumento de 35 vezes do salário mínimo dos venezuelanos e a
afixação de preços máximos de venda ao público dos produtos básicos.
Um mês depois, ao contrário do esperado pelo
Executivo, os produtos aumentaram de preço, nalguns casos para mais do dobro.
Dados não oficiais dão conta de que apenas três milhões de pessoas (10% da população
da Venezuela) é portadora do Cartão da Pátria (Expresso)
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