terça-feira, outubro 23, 2018

Hospital da Madeira: irreversibilidade de uma obra fundamental

O Governo Regional da Madeira anunciou que vai proceder esta semana à abertura do concurso internacional para a construção do novo Hospital da Madeira. Independentemente das divergências, que subsistem, essencialmente de natureza financeira, como não podia deixar de ser, entre a Região e a República, seria altamente desaconselhável, e mesmo perigoso em termos políticos e orçamentais, atrasar mais um processo que já não pode conhecer mais recuos.
Eu explico.
O Hospital a Madeira transformou-se numa arena partidária onde todos reclamam medidas, onde todos reivindicam méritos e onde todos parecem concentrar o seu discurso. Durante anos foi o JM, o Ferry, o heli de combate a incêndios e não sei que mais.
Resolvidas, total ou parcialmente, essas questões - e mesmo que se saiba que tudo o que se transforma numa arena partidária acaba penalizado num qualquer debate bipolarizado, entre poder e oposição, neste caso, mais agravado ainda devido aos constrangimentos decorrentes de processos de decisão política da República dependentes do ciclo eleitoral de 2019 (e particularmente por causa das eleições regionais e da expectativa, que acredito sairá gorada, de que isto muda por decreto ou graças a boicotes cirúrgicos, e não apenas por vontade livre e democrática das pessoas) - há que acabar com este regabofe discursivo e manipulador em que todos oferecem "soluções" a pataco ao tema, sem terem contudo soluções concretas que sustentem muitas dessas patéticas "soluções" que dizem ter, quer para o Hospital, quer de uma maneira mais geral para os problemas e dificuldades existentes no sector da saúde regional. Problemas que nunca se resolverão com a insistência em demagogia populista e ou com discursos que denunciam ajustes de contas ou amuos pessoais, muitos com alguns anos de vigência, que devem ser deprimidos e resolvidos nos locais próprios, nunca na política enquanto causa pública e não arena de "porrada" ou "ajustes" pessoais.
Por isso, e para acabar de uma vez por todas com esta onda populista e demagógica - muitas vezes também mentirosa - à volta do tema Hospital da Madeira, o Governo Regional (e o PSD por arrastamento) são os primeiros interessados, presumo eu, em que este processo não recue nem mais um milímetro e que seja,ao invés disso, colocado imediatamente nos carros próprios para que entre em em velocidade de cruzeiro adequada. Não há mais tempo para hesitações.
A obra vai custar entre 350 e 400 milhões de euros, será desenvolvida ao longo de 5 ou 6 anos, segundo julgo saber, o dinheiro não é preciso todo de uma vez, os diálogos entre a Região e a República têm muito a ver com os protagonistas, que mudam quase constantemente, pelo que os bloqueios que hoje existem, ou parecem existir (porque no fundo podem esconder intencionalidades políticas que nada têm a ver com a obra, mas sim com o propósitos deliberados subjacentes a uma cruzada partidária apostada em penalizar a governação regional, e um partido, em 2019, independentemente dos custos que isso possa ter para uma região ou um povo) podem ser superados com o tempo e com novas mudanças (LFM)

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