A JPP com a habitual
foguetório mediático - porque tudo o que faz passa pelo protagonismo mediático,
inquestionavelmente o palco privilegiado da acção política da JPP e demais
partidos políticos regionais, cada vez mais acomodados às potencialidades das redes
sociais e à disponibilidade útil e constante dos média (até que um dia se
fartem ou acabem...) e cada vez mais
distantes das pessoas - revelou ter denunciado unilateralmente o pacto de
coligação que negociou directamente com
Paulo Cafofo - não com o PS – para o Funchal e nas autárquicas de 2017, do qual
resultou a eleição de um membro na Assembleia Municipal que parece passar agora
a “independente” (estes truques nojentos na política que cada vez mais a
desacreditam)
Afinal qual a
novidade deste show-off?
Nenhuma, tudo
aconteceu por que tinha que acontecer, obrigatoriamente, por pressão antecipada
das regionais de 2019 como explicarei mais adiante
Por acaso alguém não estaria à espera desse desfecho? Só um idiota.
As eleições
regionais colocarão os partidos a concorrer separadamente uns dos outros, ainda
por cima depois da coligação de Vítor Freitas de 2015 se ter revelado um enorme
fracasso político, eleitoral e parlamentar que todos se recordam.
Ou seja, JPP e
Bloco, principais parceiros de Cafofo na corrida para a CMF em 2017,
naturalmente que serão adversários dos socialistas nas regionais de 2019. Não
há volta a dar. Isto coloca aos olhos da opinião pública uma realidade algo complexa
que poderá confundir ainda mais as pessoas. Por um lado partidos parceiros do entendimento eleitoral no Funchal a se degladiarem nas regionais! Eleições diferentes,
dirão alguns. Pois é. Mas protagonistas são os mesmos, só que jogando em arenas
diferentes.
A sobrevivência dos
partidos, a todos os níveis mas sobretudo o financeiro e contabilizando ainda as
demais (legais) mordomias parlamentares - instalações, funcionários,
comunicações, equipamentos, etc – propiciadas pela Assembleia Legislativa mas garantida apenas em função dos resultados eleitorais e da desejada eleição de
deputados que no mínimo garantam um grupo parlamentar (2 mandatos). Para além das prerrogativas regimentais e estatutárias, os deputados únicos ficam privados de
muitos poderes mas mesmo que acabem por ser apenas protagonistas de segundo ou
terceiro plano no contexto parlamentar, acabam por ganhar visibilidade que
estando fora do parlamento e da atenção mediática é quase nula.
Acresce que os
apoios legalmente atribuídos aos partidos no caso dos deputados únicos são substancialmente
inferiores aos que os grupos parlamentares beneficiam, mas qualquer pequeno
partido político local ambiciona nas regionais a eleição de um deputado, pelo
menos um deputado, esperança que o actual modelo de lei eleitoral - que ao
criar um círculo único aumentou o distanciamento entre eleitos e eleitores o
que também pode explicar que em 2015 se tenha atingido a abstenção recorde nas
regionais – alimenta. Portanto tudo passa por resultados eleitorais e pelos mandatos
e isso só conseguem não perdidos numa qualquer
coligação pré-eleitoral fantoche mas concorrendo isoladamente, cada qual usando
as suas próprias armas e contando com a dimensão eleitoral que realmente é a
sua. Foi a ideia de fuga a esse escrutínio
que levou nas regionais de 2015 os partidos mais pequenos – PAN, MPT e PTP - a
concorrem coligados ao PS, mas o que se viu foi o fracasso eleitoral dessa aposta, sem identidade política, que levou a que apenas o PTP tivesse conseguido manter 1 dos
3 deputados que detinha desde 2011 - os restantes, MPT e PAN deixaram de ter representação
parlamentar que agora perseguem em 2019.
Portanto o que a
JPP anunciou é, politicamente falando, zero, uma não notícia. Era um desfecho previsível
- não se sabe ainda o que vai fazer o Bloco e como vai gerir esta espécie de
"casamento" por conveniência com o PS (ou Cafofo?) no Funchal.
A JPP, tal como o Bloco, segundo creio, e demais partidos que se coligaram a Cafofo em 2017 na
CMF já anunciaram que nas regionais concorrerão sozinhos. O que a JPP fez foi
afastar-se mesmo de Cafofo ( e do PS) porque numa lista única, sem os círculos
concelhios, todos os votos contam na aplicação do método de Hondt. Sabemos todos
isso.
Claro que o
presidente da Câmara Municipal do Funchal desvalorizou o assunto quando resumiu
de forma clara aquelas que realmente são as causas do "divórcio" que
na realidade nunca resultou de um "casamento" a sério. Digamos que
entre JPP e Cafofo houve apenas um "ajuntamento" por conveniência e
interesse que se esgotou, tal como sempre foi previsível, quando os seus
pilares e razões ruíram.
Cafofo referiu
que "estamos a nos aproximar de um ano eleitoral com três actos eleitorais
e os partidos começam a posicionar-se", acabando com uma farsa, mais uma,
de uma JPP que sabe que tem muita cosia em cima da mesa nas regionais de 2019
(LFM)
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