sábado, dezembro 06, 2014

Hugo Veloza: “Este grupo parlamentar omite a história do PSD”



Escreve o Jornal I: “O voto contra ao Orçamento do Estado dos deputados do PSD eleitos pela Madeira “é o resultado de uma visão diferente em relação às autonomias que surgiu desde que Pedro Passos Coelho é presidente do PSD. Há uma tendência para equiparar as autonomias às câmaras e às freguesias e isso não é admissível”. Esta posição “teve este epílogo infeliz”, diz ao i Hugo Velosa, deputado eleito pela Madeira que até ontem era o responsável do PSD para os assuntos de Direitos, Liberdades e Garantias. Demitiu-se do cargo, assim como Guilherme Silva, vice-presidente da bancada social-democrata até agora, ficou sem o seu. “Este grupo parlamentar omitiu a história do PSD e a história do que foram as relações do PSD com as regiões autónomas, nomeadamente com a Região Autónoma da Madeira”, afirma Hugo Velosa. “Não é aceitável! O PSD sempre foi o partido das autonomias”, insiste o deputado, admitindo que a estratégia de menorização das autonomias “viola direitos constitucionais”. Hugo Velosa, Guilherme Silva, Correia de Jesus e Francisco Gomes votaram contra o Orçamento do Estado e são agora alvo de um processo disciplinar dentro do PSD. Guilherme Silva e Correia de Jesus não querem falar sobre o assunto. “Não falarei a não ser no âmbito do processo disciplinar quando me for dada a oportunidade para isso”, afirma ao i Guilherme Silva. O mesmo diz Correia de Jesus: “Estou a aguardar a nota de culpa para apresentar a minha defesa”.
“Deslealdade”
Na reunião do grupo parlamentar, na quarta-feira à noite, o confronto entre o líder parlamentar Luís Montenegro e o seu vice-presidente em vias de o deixar de ser, Guilherme Silva, foi violentíssimo. O líder parlamentar acusou os deputados da Madeira de “deslealdade”, Guilherme Silva justificou com a relação entre PSD e autonomias. Fonte da direcção afirma que a ira de Montenegro em relação aos deputados da Madeira tem a ver com o facto de ter sabido em cima da hora da decisão de votar contra o Orçamento do Estado. Até às 11 da manhã do dia da votação, o líder parlamentar do PSD desconhecia totalmente a hipótese de um voto contra por parte dos deputados eleitos pela Madeira. Nunca tinha havido uma abordagem sobre o assunto nem conversa prévia à decisão. Os deputados madeirense invocam que estavam a negociar com o Ministério das Finanças e que acreditaram até ao fim na possibilidade de um acordo. Na altura, os deputados da Madeira justificaram a ruptura com “compromissos que falharam por parte de algumas pessoas do governo, ao nível de secretário de Estado”. Em causa está a definição de verbas para a Madeira do fundo de coesão e da Lei de Meios (criada para fazer face aos danos causados pelo temporal da Madeira)”