quinta-feira, dezembro 11, 2014

Estágios do IEFP explicam um terço do crescimento do emprego no sector privado



Segundo a jornalista do Público, RAQUEL MARTINS, “os estágios profissionais deram um contributo importante para o aumento do emprego no sector privado durante o terceiro trimestre do ano. A conclusão consta do Boletim Económico do Banco de Portugal (BdP) divulgado nesta quarta-feira, que conclui que o emprego por conta de outrem no sector privado registou um crescimento de 2,5%, tendo os estágios profissionais contribuído com 0,9 pontos percentuais para esta evolução. O BdP recorre a várias fontes estatísticas para tentar qualificar a evolução recente do emprego, nomeadamente os registos do Ministério do Emprego, da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e Instituto Nacional de Estatística (INE). A análise, explica a instituição, torna-se premente tendo em conta o período de transição do Inquérito ao Emprego, elaborado pelo INE e que, no terceiro trimestre, foi actualizado com base nos Censos de 2011. Os dados do Ministério, conjugados com os da DGAEP, do IEFP e do INE permitem concluir que o número de trabalhadores por conta de outrém no sector privado está a crescer 2,5% em termos homólogos, depois de ter crescido 1,6% na primeira metade de 2014. Para esta evolução, refere o BdP, terão também contribuído as políticas activas de emprego. Citando dados do IEFP, o banco central conclui que o número de pessoas abrangidas por estágios profissionais “apresenta uma evolução crescente, com particular incidência a partir do último trimestre de 2013". “Estima-se que o aumento significativo dos estágios profissionais no último ano terá contribuído para o crescimento homólogo do emprego privado por conta de outrém em cerca de 0,9 pontos percentuais no terceiro trimestre do ano” e de 0,8 pontos percentuais na primeira metade do ano, refere-se no documento. A grande questão é saber se estes efeitos de que fala o BdP serão duradouros ou apenas temporários. Ou seja, é preciso esperar mais tempo para perceber se os jovens que fizeram estágios subsidiados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) ficam, depois, nas empresas. Por outro lado, é difícil saber se os que fizeram estágio teriam entrado no mercado de trabalho caso não tivessem recorrido a este mecanismo. Recentemente, também a Comissão Europeia alertava para os efeitos das políticas activas de emprego na evolução do mercado de trabalho, levantando dúvidas se o crescimento do emprego seria sustentável. "O dinamismo recente do emprego - diz o BdP - poderá não ser inconsistente com o crescimento moderado da actividade neste período”, mas a instituição liderada por Carlos Costa alerta que a recuperação do emprego privado por conta de outrem ao longo de 2014 é mais moderada do que a implícita no Inquérito ao Emprego do INE, que apontava para um crescimento homólogo de 6% e trimestral de 2,3% do emprego por conta de outrem. O BdP conclui ainda que o emprego por conta própria tem vindo a cair, assim como o emprego nas administrações públicas”