Depois da declaração de Paulo Cafofo, eis as minhas conclusões:
- foi uma declaração cuidadosa, explicativa, não política, de defesa do projeto da Mudança e desafiante;
- pareceu-me, até pela "decoração" da sala que o PS resolveu puxar pelos seus galões, mostrar aos parceiros mais pequenos que politicamente é ele que lidera o projeto, porque o maior partido;
- declaracão desafiante para os dois vereadores (Filipa, independente próxima do PS e Edgar, do PTP) para que eles reconsiderem e regressem à "normalidade" institucional reassumindo os pelouros que antes tinham e que Cafofo não lhes retirou
- Cafofo não conta com Gil Canha definitivamente, porque repetiu esperar que volte a ter um executivo com "4 pessoas a trabalhar pela cidade" (e não 5 como eram inicialmente os membros da Mudança eleitos). Ou seja o PND está marginalizado da coligação e as movimentações na Assembleia Municipal com os seus eleitos já tinham indiciado isso mesmo;
- Cafofo não escondeu abertamente um desafio aos dois vereadores (Filipa e Edgar): se não retomarem as funções, renunciem ao mandato para que a governabilidade da CMF não seja posta em causa. O problema é que em caso de renúncia dos dois vereadores - porque não acredito que o PND o faça - e admitindo que um docente da UMa (6º na lista das mudança) possa não aceitar o cargo (?), isso significa que Andreia Caetano (adjunta de Cafofo) e Mauricio Marques (ligado ao PS e apresentado com empresário cultural) passariam para o executivo, que deste modo ficaria socialista na sua totalidade em termos de membros em funções a tempo inteiro. Andreia e Maurício são considerados próximos de Cafofo;
- não se percebe bem por que razão Cafofo desafia em público os dois vereadores e não tentou hoje um encontro com eles para superar eventuais dificuldades;
- que tipo de relacionamento institucional e político existe entre Cafofo e a Assembleia Municipal e que representação real tem a mudança num órgão municipal onde não tem maioria?
- não se percebe que garantia de estabilidade política e institucional Cafofo pode dar se num executivo com 11 membros, tem apenas 2 (ele próprio e uma vereadora) de um lado, 3 numa espécie de zona-tampão (os eleitos pelas mudança agora desavindos) - relativamente aos quais não se percebe o que vão continuar a fazer na CMF e porque lá continuarão - e os restantes vereadores da oposição (4 do PSD, 1 do CDS e 1 do PCP);
- outra dúvida que Cafofo não esclareceu: num executivo com 11 membros, que garantias tem o Presidente da CMF de que os vereadores da mudança que recusaram pelouros votarão sempre do seu lado nas reuniões camarárias semanais? A não ser assim, quais os riscos que Cafofo e a Mudança correm nomeadamente de ingovernabilidade factual da edilidade;
- não acredito que neste momento - não direi o mesmo em Outubro - qualquer partido queira eleições. As intercalares podem ser geradas por via jurídico-política mas em, caso de recusa pela Assembleia Municipal do orçamento e do plano de investimentos para 2015, o executivo cairá
- finalmente a questão política de fundo: com as eleições regionais de 2015 a começarem a condicionar a agenda política regional, e com a eventual antecipação das regionais de Outubro de 2015, caso, em consequência do processo de mudança de liderança do PSD regional, o Presidente da República não aceite a continuidade do PSD sem recurso a eleições, os partidos mais pequenos dificilmente aceitarão ser abafados numa coligação com o PS, não só por causa destes acontecimentos, mas por temerem que sejam depois "engolidos" eleitoralmente, ou mesmo penalizados politicamente nas regionais, onde mais importante do que tudo o mais é a sobrevivência e a conquista de uma representação parlamentar pelo menos mínima. Há partidos regionais de reduzida dimensão eleitoral que não possuem estruturas dirigentes devidamente compostas, que nunca realizaram congressos regionais, que nunca elegeram dirigentes regionais, que desconfio que tenham sequer uma lista de filiados estruturada e que, no caso de alguns deles, nem sede possuem, funcionando as instalações de apoio na Assembleia Regional como a real sede desses partidos.
- foi uma declaração cuidadosa, explicativa, não política, de defesa do projeto da Mudança e desafiante;
- pareceu-me, até pela "decoração" da sala que o PS resolveu puxar pelos seus galões, mostrar aos parceiros mais pequenos que politicamente é ele que lidera o projeto, porque o maior partido;
- declaracão desafiante para os dois vereadores (Filipa, independente próxima do PS e Edgar, do PTP) para que eles reconsiderem e regressem à "normalidade" institucional reassumindo os pelouros que antes tinham e que Cafofo não lhes retirou
- Cafofo não conta com Gil Canha definitivamente, porque repetiu esperar que volte a ter um executivo com "4 pessoas a trabalhar pela cidade" (e não 5 como eram inicialmente os membros da Mudança eleitos). Ou seja o PND está marginalizado da coligação e as movimentações na Assembleia Municipal com os seus eleitos já tinham indiciado isso mesmo;
- Cafofo não escondeu abertamente um desafio aos dois vereadores (Filipa e Edgar): se não retomarem as funções, renunciem ao mandato para que a governabilidade da CMF não seja posta em causa. O problema é que em caso de renúncia dos dois vereadores - porque não acredito que o PND o faça - e admitindo que um docente da UMa (6º na lista das mudança) possa não aceitar o cargo (?), isso significa que Andreia Caetano (adjunta de Cafofo) e Mauricio Marques (ligado ao PS e apresentado com empresário cultural) passariam para o executivo, que deste modo ficaria socialista na sua totalidade em termos de membros em funções a tempo inteiro. Andreia e Maurício são considerados próximos de Cafofo;
- não se percebe bem por que razão Cafofo desafia em público os dois vereadores e não tentou hoje um encontro com eles para superar eventuais dificuldades;
- que tipo de relacionamento institucional e político existe entre Cafofo e a Assembleia Municipal e que representação real tem a mudança num órgão municipal onde não tem maioria?
- não se percebe que garantia de estabilidade política e institucional Cafofo pode dar se num executivo com 11 membros, tem apenas 2 (ele próprio e uma vereadora) de um lado, 3 numa espécie de zona-tampão (os eleitos pelas mudança agora desavindos) - relativamente aos quais não se percebe o que vão continuar a fazer na CMF e porque lá continuarão - e os restantes vereadores da oposição (4 do PSD, 1 do CDS e 1 do PCP);
- outra dúvida que Cafofo não esclareceu: num executivo com 11 membros, que garantias tem o Presidente da CMF de que os vereadores da mudança que recusaram pelouros votarão sempre do seu lado nas reuniões camarárias semanais? A não ser assim, quais os riscos que Cafofo e a Mudança correm nomeadamente de ingovernabilidade factual da edilidade;
- não acredito que neste momento - não direi o mesmo em Outubro - qualquer partido queira eleições. As intercalares podem ser geradas por via jurídico-política mas em, caso de recusa pela Assembleia Municipal do orçamento e do plano de investimentos para 2015, o executivo cairá
- finalmente a questão política de fundo: com as eleições regionais de 2015 a começarem a condicionar a agenda política regional, e com a eventual antecipação das regionais de Outubro de 2015, caso, em consequência do processo de mudança de liderança do PSD regional, o Presidente da República não aceite a continuidade do PSD sem recurso a eleições, os partidos mais pequenos dificilmente aceitarão ser abafados numa coligação com o PS, não só por causa destes acontecimentos, mas por temerem que sejam depois "engolidos" eleitoralmente, ou mesmo penalizados politicamente nas regionais, onde mais importante do que tudo o mais é a sobrevivência e a conquista de uma representação parlamentar pelo menos mínima. Há partidos regionais de reduzida dimensão eleitoral que não possuem estruturas dirigentes devidamente compostas, que nunca realizaram congressos regionais, que nunca elegeram dirigentes regionais, que desconfio que tenham sequer uma lista de filiados estruturada e que, no caso de alguns deles, nem sede possuem, funcionando as instalações de apoio na Assembleia Regional como a real sede desses partidos.