terça-feira, maio 13, 2014

Assessor económico de Passos ataca Mira Amaral e Bagão Félix no Facebook



Segundo o Jornal I, “o presidente do Banco BIC Português diz ao jornal i que se fosse primeiro-ministro demitia o assessor, mas não acredita que ele o faça. O assessor económico do primeiro-ministro, Rudolfo Rebelo, pediu "juízo e recato" a uma elite que considera ser "a mais incapaz do pós-25 de Abril" e destaca dois nomes: Mira Amaral e Bagão Félix, pessoas com as quais, no exercício das suas funções, poderá ter de contactar, no limite, para resolver conflitos. Passos Coelho não comenta o assunto. Em Março, Cavaco Silva exonerou dois dos seus consultores apenas por terem assinado um manifesto de reestruturação da dívida. "Mira Amaral, o ultrapassado, parece conviver momentos de lucidez com outros de menor felicidade (tou a ser simpático). É mais um instalado ex-barão, que aparece para aí a cuspir nas TV, defensor das reformas... altas. Na linha de Bagão Félix. Porque será que a mais incapaz elite do pós 25, que se 'abasteceu' no pós cavaquismo, se atira ao governo?", escreve Rudolfo Rebelo numa rede social. O presidente do Banco BIC Português, Mira Amaral, reagiu dizendo que "se fosse primeiro-ministro e tivesse um assessor destes, que não sei se é formado em ciências económicas ou em ciências ocultas, a primeira coisa que fazia era demiti--lo por fazer afirmações idiotas". Rudolfo Rebelo não quis comentar o que escreveu na sua página de Facebook, que não será assim tão pessoal, se tivermos em conta que veio parar às mãos do jornal i através de alguém que nem pertence a qualquer rede social. No seu post, o assessor de Passos Coelho questiona o motivo por que Bagão Félix e Mira Amaral atacam a política do governo em matéria de reformas. "Será porque mais de 85% das reformas e pensões escapam aos cortes? Ou será porque reformas a partir dos seis mil euros são cortadas em mais de 40%? Sim, vão para as TV defender os interesses de pouco mais de 3% dos pensionistas (milionários), sendo que muitos destes não descontaram o que possuem de benefícios e vivem à custa de milhões... Rapaziada fina. Tenham juízo e recato." Mira Amaral lembra que descontou para a Segurança Social e a Caixa Geral de Aposentações "desde os 22 anos de idade e continuo a descontar para a Segurança Social passados mais de 40 anos. As reformas são um seguro de velhice, sempre paguei os meus impostos, não devo nada a ninguém. Fiz dois cursos superiores em universidades de elite e por todos os locais onde passei ninguém me acusou de incompetência ou de preguiça". Mira Amaral não gostou do que ouviu, mas a questão que se coloca, neste caso, é a da separação de águas. Até que ponto um assessor, ainda por cima económico, pode tecer comentários desta natureza sobre pessoas com as quais poderá ser chamado a contactar em nome do governo e que repercussões podem eles ter em termos diplomáticos. Com que legitimidade poderá negociar ou conversar Rudolfo Rebelo, se chamado a tal, com Bagão Félix, que representa uma associação de resseguradores, ou Mira Amaral, que representa um banco e os seus accionistas. O comediante Jô Soares tinha uma rábula, da qual se lembrarão hoje, provavelmente, poucas pessoas abaixo dos 40 anos - e numa altura em que não havia internet, Facebook e posts - que dizia: "Posso falar o que eu acho? Mas fala baixo!" Em Março, o Presidente da República exonerou dois dos seus consultores, Armando Sevinate Pinto e Vítor Martins, por estes ter subscrito um manifesto promovido por João Cravinho, com o título "Reestruturar a dívida insustentável e promover o crescimento, recusando a austeridade", um documento assinado por 74 personalidades de diversos quadrantes políticos, entre os quais Manuela Ferreira Leite e Francisco Louçã - e que viria a receber o apoio de outras tantas personalidades estrangeiras. O pedido de exoneração dos cargos de consultores para os Assuntos Económicos e Empresariais foi apresentado pelos próprios, numa tentativa de preservar a imagem de Cavaco Silva”