Li
no Jornal I que, “segundo a Bloomberg, o estudo refere que o gasto com
pagamentos de juros da Alemanha em 2012 foi inferior em 10 mil milhões de euros
em relação à média dos gastos na década antes da crise, entre 1998 e 2007. O
governo alemão, da chanceler Angela Merkel poupou 80 mil milhões de euros entre
2008 e 2013 devido à queda dos juros da dívida soberana alemã, indica um estudo
do Institute for the World Economy (IfW).
Segundo
a Bloomberg, o estudo refere que o gasto com pagamentos de juros da Alemanha em
2012 foi inferior em 10 mil milhões de euros em relação à média dos gastos na
década antes da crise, entre 1998 e 2007. Este
ano, as poupanças em juros para o governo federal alemão deverão cifrar-se em
13 mil milhões de euros, adianta o estudo.
A
queda dos juros da dívida soberana alemã é determinada pela baixa dinâmica do
ciclo económico na zona euro e pela política de baixas taxas de juro do Banco
Central Europeu (BCE), indicou o economista do IfW, Jens Boysen-Hogrefe, a
propósito do estudo, citado pela Bloomberg.
Segundo
Jens Boysen-Hogrefe, só o “efeito refúgio” contribuirá este ano para uma
poupança de três mil milhões de euros para o governo alemão.
No
entanto, o economista sublinha que “os ganhos destas baixas taxas de juro da
dívida soberana não devem ser interpretadas como um sinal para aumentar o
défice público alemão”, alegando que “estes ganhos são efeitos temporários e
não representam uma melhoria estrutural do orçamento”.
A
taxa de juro da dívida soberana da Alemanha a 10 anos estava hoje a 1,636% no
mercado secundário às 12:10 em Lisboa, o valor mais alto desde 20 de fevereiro.
Os
juros das dívidas soberanas da zona euro estavam hoje a subir em todos os
prazos no mercado secundário numa altura em que está pendente uma decisão do
Tribunal Constitucional alemão, que hoje começou a avaliar a
constitucionalidade do programa de compra de títulos anunciado pelo Banco
Central Europeu (BCE).
Está
previsto que hoje e na quarta-feira se realize uma audiência oral sobre o
programa Outright Monetary Transactions, OMT, (Transações Monetárias Abertas)
no TC alemão, que posteriormente deverá decidir numa data ainda não
determinada, se, como alega o recurso subscrito por mais de 37 mil cidadãos, a
medida proposta pelo BCE excede o mandato da autoridade monetária e invade
competências nacionais.
O
programa OMT do BCE consiste na compra sem limites de títulos no mercado
secundário pelo BCE para reduzir a pressão especulativa sobre os títulos de
dívida de países como Espanha e Itália, em troca de que estes se comprometam a
um severo programa de consolidação orçamental com o fundo de resgate.
Sem
chegar a ter sido posto em prática, a iniciativa do programa OMT, anunciada
pelo presidente do BCE, Mário Draghi, no ano passado, conseguiu reduzir com
êxito os diferenciais dos juros entre os títulos espanhóis e italianos e os dos
alemães, o denominado prémio de risco, permitindo que estes países se financiem
nos mercados a taxas de juros mais razoáveis.
O
ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, sublinhou nos arredores do TC,
com sede em Karlsruhe (sudoeste do país), que o Executivo da chanceler Ângela
Merkel considera que o controverso programa OMT se ajusta às funções do BCE.
"O governo alemão acredita que o BCE, com as suas
decisões, se manteve nos limites do seu mandato”, assegurou o ministro,
posicionando-se contra os críticos, que consideram que o plano de compra de
dívida excede as competências de política monetária atribuídas ao BCE”