Li no site da Renascença que "os Censos 2011 indica que vivem em Portugal mais de 2 milhões de pessoas com
mais de 65 anos. Cerca de 84% dos pensionistas de velhice da Segurança Social
recebem menos de 500 euros e apenas 6% têm uma pensão superior a 1.000 euros. Três em cada quatro idosos portugueses têm reformas e pensões
abaixo dos 500 euros, o que lhes permite apenas pagar as despesas com a
habitação, revela um estudo do Conselho Económico e Social (CES). Baseando-se nos dados do Instituto Nacional de Estatística 2010/2011, o
estudo "Envelhecimento da População Portuguesa: dependência, activação e
qualidade" analisou as despesas anuais de acordo com o rendimento médio das
famílias e a sua composição. As despesas dos agregados familiares
constituídos por um idoso estão estimadas em 9.379 euros anuais, ou seja, 781
euros mensais, refere a análise, que serviu de base ao parecer do CES. Segundo o Censos 2011, vivem em Portugal 2,023 milhões de pessoas com
mais de 65 anos. "Se tivermos em consideração que cerca de 1,5 milhões de
aposentados e reformados têm reformas e pensões abaixo de 500 euros", esta
população, em média, "só conseguiria garantir com os seus rendimentos o
pagamento das despesas de habitação", salienta o documento, sublinhando ainda
que "só 12 a 15% dos pensionistas de velhice da Segurança Social terão pensões
que permitam cobrir as despesas mensais".
Risco de pobreza
atinge os 24,4%
Dados apresentados no estudo indicam que, em geral,
os idosos têm rendimentos inferiores ao da população empregada, sendo a
principal fonte de rendimento a pensão ou reforma. Os dados adiantam que
84,1% dos pensionistas de velhice da Segurança Social tem uma pensão mensal
inferior a 500 euros e apenas 6% têm uma pensão superior a 1.000 Euros. Nos
reformados da Caixa Geral de Aposentações, 21% tem reformas abaixo dos 500
euros, enquanto 50% tem reformas acima de 1.000 euros. "Em Portugal, a
população idosa é um dos grupos mais desfavorecidos em termos económicos",
afirma a análise, acrescentando: "Conforme se vai avançando nas idades, o
agravamento do risco da pobreza é maior, apresentando a população de 75 e mais
anos um risco de pobreza que atinge 24,4%, sendo na União Europeia apenas de
20,3%". O estudo salienta a importância da participação da população
idosa no mercado de trabalho, constituindo "uma vertente importante na promoção
do envelhecimento activo, na redução da pobreza, que afecta
desproporcionadamente os idosos desempregados e pensionistas e na melhoria da
sustentabilidade dos sistemas de pensões". A solidão, falta de
rendimentos e a inactividade constituem factores de risco para os idosos, em
termos de necessidades acrescidas de serviços de saúde e de bem-estar".