Segundo o site da RTP, "o líder dos socialistas espanhóis, Alfredo Pérez
Rubalcaba, pediu ao governo regional da Andaluzia para ignorar a ordem da
Comissão Europeia que pedia a suspensão de um decreto sobre expropriação
temporária de casas. A Comissão Europeia diz que tal decreto pode afetar
negativamente a estabilidade da banca e a recuperação económica. Rubalcaba diz
que é um exagero e que se trata de mais um erro da Comissão e que Espanha e
outros países, como Grécia e Portugal, estão "a pagar caríssimo esses erros, com
milhões de desempregados". O líder socialista espanhol afirma que o Governo
regional da Andaluzia deve ignorar uma ordem da Comissão Europeia para suspender
um polémico decreto de expropriação temporária de casas para travar despejos.
Alfredo Pérez Rubalcaba diz que a posição de Bruxelas, dada a conhecer esta
semana, é "exagerada e falsa" e constitui mais um erro dos vários que a Comissão
Europeia tem cometido nos últimos tempos. "Tenho muita simpatia por
Bruxelas, mas às vezes há que dizer-lhes que não, porque não é o Oráculo de
Delfos, não está permanentemente certa. E mais, ultimamente, não dá nem uma",
afirmou Rubalcaba, defendendo o plano do presidente do Governo regional, o
também socialista José Antonio Grián. O líder do PSOE considerou que os
responsáveis europeus têm errado na sua política económica baseada na
austeridade, pelo que seria bom se "tivessem um pouco de humildade" e o
admitissem. Espanha e outros países, como Grécia e Portugal, estão "a pagar
caríssimo esses erros, com milhões de desempregados". Neste caso Rubalcaba
considera que Bruxelas volta a enganar-se. "Bruxelas parece que diz a
Grián que dar uma segunda oportunidade a quem perde uma hipoteca porque perdeu o
seu salário e emprego coloca em perigo a banca mundial. Eu digo a Bruxelas que
não, que isto é exagerado e falso", afirmou Rubalcaba que assim aconselha o
líder da Andaluzia a continuar a aplicar o decreto respondendo a Bruxelas que
"está errada". Já o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos,
questionado sobre o assunto em Madrid disse esperar que a Andaluzia responda a
Bruxelas "tomando os passos necessários para corrigir a situação" já que Guindos
contesta a decisão andaluza afirmando que "não tem em conta os efeitos que pode
ter" no mercado do crédito hipotecário e do setor da construção na
região. Aprovada em abril pelo Governo da região espanhola da Andaluzia e
aplicada desde aí em alguns casos, a polémica legislação prevê a expropriação
temporária de casas que estejam vazias depois de um despejo. Classificada
pelo Governo regional como um "plano choque para travar o atentado social dos
despejos", inclui sanções até 9.000 euros para bancos e imobiliárias que não
aluguem casas cujos inquilinos foram despejados por não as conseguirem
pagar. Segundo o Governo regional na Andaluzia há atualmente 700.000
habitações desocupadas, das quais entre 350 mil e 500 mil pertencem a pessoas
jurídicas, tendo desde 2007 havido mais de 86 mil despejos. Recorde-se
que nos últimos meses têm sido conhecidos em Espanha dezenas de casos de pessoas
que se matam quando confrontados com processos de despejo por não terem dinheiro
para cumprir os seus compromissos económicos, situação que levou o Governo a
aprovar uma moratória nos despejos que se aplica apenas a novos processos".