Escreve o Económico, num texto da jornalista Dírcia Lopes que “o decréscimo nas taxas de ocupação que se repete no período de época baixa obriga a um encerrar durante um a três meses. Os principais grupos hoteleiros voltam a adoptar a estratégia de fechar portas durante os meses de época baixa para contornar as fracas taxas de ocupação que se registam no período do Inverno. Os grupos Pestana, Amorim Turismo, Vila Galé e Tivoli admitem encerrar, com carácter temporário, algumas unidades sobretudo no Algarve.
Esta estratégia confirma os dados do estudo da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) que revela um crescimento de 3% no número de unidades que encerram neste Inverno, sendo que 48% dos empresários do Algarve assumem que fecham portas neste período. O administrador do grupo Pestana, Luigi Valle, confirma ao Diário Económico que, tal como em anos anteriores, "o Pestana Turismo vai encerrar, temporariamente, algumas unidades hoteleiras do Algarve isto porque as taxas de ocupação e as ‘average room rates' [taxas médias por quarto] são bem baixas, o que faz com que haja repercussões negativas no resultado mensal". A Amorim Turismo também encerrou duas unidades de cinco estrelas no Algarve: o The Lake Spa Resort, de 195 quartos, e o Vilalara Thalassa Resort, situado em Lagoa e que conta com 100 suites júnior. O presidente do conselho de administração da Amorim Turismo, Jorge Armindo, salientou que "uma previsão de baixas taxas de ocupação, um Verão forte e horas extra do pessoal que tinham férias prolongadas por gozar" justifica esta decisão". Sobre se esta estratégia não irá aumentar a sazonalidade de regiões como o Algarve, Jorge Armindo admite que "o efeito já existe". Por isso, a Amorim Turismo "assumiu a existência deste fenómeno nos nossos hotéis do Algarve e concentrar os esforços na promoção de um novo destino, Tróia". Decisão que está a ter um resultado que considera de positivo.
O director de marketing e vendas do grupo Vila Galé, Gonçalo Rebelo de Almeida, admite a mesma estratégia nos hotéis de quatro estrelas em Portugal. Fecharam as duas unidades no Algarve, o Vila Galé Albacora, 162 quartos, e o Vila Galé Marina, com 243 quartos, por dois meses e o Náutico e o Vila Galé Praia por quatro meses. Enquanto no Alentejo, o Vila Galé Club Campo, com 81 quartos, fecha apenas um mês. No Algarve mantém-se a funcionar cinco unidades assim como no resto do País. Gonçalo Rebelo de Almeida realça que o principal factor "foi permitir fazer obras de manutenção mais profundas que não seriam possíveis com as unidades abertas e por outro lado só encerrámos unidades em zonas onde mantemos outras abertas".O administrador dos Tivoli Hotels, Alexandre Solleiro, afirma que o grupo aproveita esta época para fazer obras de manutenção e dar férias aos colaboradores, contrariando a diminuição da procura. Esta medida foi aplicada no quatro estrelas Tivoli Carvoeiro, no cinco estrelas Tivoli Victoria e Tivoli Marina Portimão, composto por 196 apartamentos.
Excepções
Nos Altis Hotels, pela ocupação das unidades, todas em Lisboa, "não justifica fechar em qualquer período do ano", garante o administrador do grupo, Raúl Martins. A mesma fonte admite como estratégia a redução de pessoal com recurso à bolsa de horas e redução de custos fixos de energia que "permitem equilibrar a exploração" No grupo Onyria, as duas unidades hoteleiras instaladas na Quinta da Marinha, "estão abertas todo o ano e a funcionar com toda a normalidade", avançou o director comercial do grupo, João Pinto Coelho. Já o recém-inaugurado Conrad Algarve não vai estar fechado durante o Inverno, porque "estamos confiantes na capacidade do ‘resort' para atrair clientes para o destino em todas as estações", adianta o director-geral da unidade hoteleira do grupo Hilton Worldwide, Joachim Hartl. Sem revelar os números de ocupação, a mesma fonte salienta que o Conrad Algarve, agora com quatro meses, "tem tido um desempenho melhor do que o esperado durante este período e recebido um ‘feedback' muito bom por parte dos hóspedes".
