Escrevem as jornalistas do Económico, Cristina Oliveira da Silva e Denise Fernandes que "Passos Coelho já avisou que é preciso mudar o regime de pensões. E o FMI propôs várias alternativas. Dificilmente os pensionistas vão escapar ao plano de cortes na despesa de quatro mil milhões de euros. O primeiro-ministro, Passos Coelho, já deixou o aviso várias vezes."Temos de mexer nas pensões", alertou o chefe do Governo no final do ano passado em entrevista à TVI, para logo acrescentar que "não é possível não ir às despesas com pessoal e às prestações sociais". Pouco depois, Passos Coelho voltava à carga, referindo que há reformados com pensões elevadas que recebem mais do que aquilo que descontaram no passado.O próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) entende que é preciso ir mais longe e avança três cenários possíveis. Entre as medidas, apontam-se vários cortes, como a redução de 20% em todas as pensões dos funcionários públicos e a harmonização de fórmulas de cálculo entre o sector público e privado.O FMI aponta a elevada despesa com pensões e salienta que o actual sistema não é equitativo porque os funcionários públicos têm pensões mais elevadas. A pensão média da Caixa Geral de Aposentações (CGA) é quase três vezes superior à paga pela Segurança Social, refere o relatório.Por seu turno, o ministro da Solidariedade, Mota Soares, já disse que 90% dos pensionistas da Segurança Social recebem abaixo de 600 euros, dando a entender que não é possível cortar muito mais aqui. Este ano, os pensionistas já foram alvo de cortes nas pensões acima de 1.350 euros, o que isenta a maioria dos reformados da Segurança Social, afectando mais as reformas da Função Pública. O Orçamento do Estado prevê uma poupança de 420,7 milhões de euros com esta medida, que ainda está a ser analisada pelo Tribunal Constitucional. Além disso, as pensões acima de 1.100 euros só recebem 1,1 subsídios. Entre 600 e 1.100 euros, o corte é progressivo. No sector privado, o Governo proibiu as reformas antecipadas (excluindo casos de desemprego), o que permite poupar 450 milhões de euros em 2012 e 2013. Na Função Pública, esta via continua aberta mas a idade legal de reforma já aumentou para 65 anos".