segunda-feira, janeiro 14, 2013

Vice-presidente da bancada do PSD admite crise política por causa do FMI

Li no Jornal I, num texto do jornalista Luís Claro, que os “sociais-democratas criticam a forma como este dossiê está a ser gerido. António José Seguro não exclui moção de censura. A possibilidade de uma crise política já não é só admitida pela oposição, mas também dentro do PSD. O vice-presidente da bancada dos sociais-democratas Carlos Abreu Amorim avisa que por este caminho o governo pode cair. “Ou o governo começa a fazer política ou o dossiê FMI ser-lhe-á fatal”, escreveu, nas redes sociais, o deputado do PSD. O alerta – ou o desabafo, como dizem alguns sociais-democratas – do vice-presidente do grupo parlamentar foi feito depois de ouvido o comentário de Marques Mendes na TVI 24. “Concordo com Marques Mendes”, escreve Abreu Amorim, depois de o ex-líder social-democrata ter avisado que, se o governo não fizer uma “boa gestão política deste dossiê, ou seja, se não for bem explicado e as pessoas não compreenderem, corre o risco de ser o segundo caso TSU e pode levar à queda do governo”. A forma como o governo está a gerir politicamente o relatório do FMI já tinha provocado estragos. No final da comunicação do secretário de Estado Carlos Moedas, o presidente da Câmara de Cascais e ex-líder da distrital de Lisboa do PSD Carlos Carreiras pediu a demissão do governante. Certo é que no PSD muitos concordam com o alerta de Abreu Amorim e avisam que o governo não pode ser tão inábil politicamente. Guilherme Silva, vice--presidente da Assembleia da República, defende que a gestão política do relatório do FMI não está a ser “famosa”. “O governo tem descurado a comunicação política e a sua relação com a população e não pode continuar a descurá-la”, alerta o deputado social-democrata. Se o fizer, acrescenta Guilherme Silva, por “força de menos cuidado, podemos ter de enfrentar uma forte convulsão social e estragar o trabalho todo que foi feito até agora”. No PSD não são muitos os que aceitam falar publicamente quando o assunto é uma crise política, mas há entre os deputados quem assuma que “muitos concordam” que, se o governo não afinar a comunicação, pode ter sérios problemas. “Mas não é um problema de agora, é um problema que tem mais de um ano”, diz um deputado e dirigente social-democrata. Não é só a frágil comunicação do governo que preocupa os sociais-democratas. O facto de o executivo ter deixado “o PS à solta” neste processo, como disse Mendes, também preocupa os sociais-democratas. O ex-líder do PSD prevê mesmo que António José Seguro apresente dentro de “um mês ou dois, no máximo”, uma moção de censura na Assembleia da República e queira eleições antecipadas. O cenário não foi excluído pelo secretário-geral do PS. Seguro defendeu ontem que o governo não tem “legitimidade” para aplicar as medidas previstas no relatório do FMI, porque representam “o contrário daquilo que o primeiro-ministro prometeu aos portugueses”. “Os portugueses não votaram no FMI para governar Portugal”, acrescentou Seguro, garantindo que mais tarde responderá à pergunta sobre se apresentará uma moção de censura. Quando for mais claro se o governo aplicará ou não a receita preconizada pelos técnicos do FMI”