quinta-feira, janeiro 31, 2013

Destruição de emprego entre 2009 e 2011 mais do que anulou emprego criado nos 10 anos anteriores

Li no Jornal de Negócios, num texto da jornalista Sara Antunes que "a população activa representava, em 2011, pouco mais 52% do total. Os dados do INE revelam também que se agravou as desigualdades na distribuição de rendimentos. A destruição de emprego entre 2009 e 2011 mais do que anulou a criação de emprego nos 10 anos anteriores. A maior fatia foi registada entre os trabalhadores por conta própria. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta quinta-feira o Anuário Estatístico de Portugal de 2011, onde é traçado todo o perfil da sociedade portuguesa. Uma das conclusões é a redução da população activa, com a taxa a cair para 52,1%. “Contrariamente, entre 1998 e 2008 a população activa aumentara cerca de 10,4%, correspondendo a cerca de mais 529 mil indivíduos. A evolução nos três anos seguintes foi negativa, determinando uma diminuição face a 2008 de cerca de 82 mil indivíduos”, adianta o INE. O instituto explica que esta redução contribuiu a recessão económica que assolou o país, o que provocou uma queda na oferta de empregos, uma situação que também foi afectada pelo aumento de incentivos para a “passagem para uma situação de actividade” e pelo acréscimo de emigrantes. O INE não adianta que incentivos houve para o regresso ao mercado de trabalho, mas 2011 foi marcado por reduções dos apoios sociais e maior restritividade no acesso aos mesmos. 2011 foi ainda um ano marcado pela destruição de postos de trabalho. O INE revela que, entre 2009 e 2011, a redução em termos absolutos foi de 361 mil empregos “mais do que anulando a criação de emprego que se registara entre 1998 e 2008.” A maior fatia na destruição de postos de trabalho foi verificada ao nível dos trabalhadores por conta própria (57%). O segundo maior sector foi o dos “assalariados com contrato sem termo, representando cerca de 22,0%; a diminuição do emprego assalariado com contrato a termo foi de cerca de 15,0% da redução total”, adianta a mesma fonte. No que respeita aos rendimentos, o INE revela que, em 2010, se verificou “ténue agravamento da desigualdade na distribuição do rendimento, contrariando a tendência que se observava desde 2003”. Os dados publicados pelo instituto adiantam ainda que “o risco de pobreza estabilizou num patamar baixo face ao nível em que se situara em 2003, embora com diferenças apreciáveis quando se consideram diferentes estratos da população.”
Risco de pobreza atinge 42,5% em 2010
O risco de pobreza da população nacional aumentou em 2010. O risco médio encontrava-se nos 18%. Mas se forem analisados os dados apenas dos rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas este valor dispara para mais de 42% “Segundo os dados do mesmo inquérito, estima-se que em 2010 o risco de pobreza, avaliado pela proporção de população com rendimento monetário líquido equivalente abaixo de 60% do rendimento mediano, se tenha situado em 18,0%, a que corresponde um aumento de 0,1 p.p. relativamente à proporção referente a 2009”, diz o INE. E este valor incorpora pensões e transferências sociais. Se forem considerados só os rendimentos do trabalho, de capital e transferências o risco de pobreza sobe para 42,5%. Se se somarem as pensões, o risco desce para 25,4%. O relatório do INE divulga muitos outros dados, como o aumento do envelhecimento da população, o crescimento dos divórcios e a queda dos casamentos. A redução de nascimentos e o aumento da escolaridade também estão entre os dados deste relatório"