quarta-feira, maio 04, 2011

E que tal transformar Sines numa zona franca?

"As obras na zona industrial servida pelo porto alentejano levaram a economia local ao pleno emprego. A AICEP diz que Sines deveria ter um enquadramento fiscal próprio. Sines “é um oásis na economia portuguesa”. O autarca da cidade alentejana, Manuel Coelho Carvalho, demonstra assim o seu entusiasmo, explicando que lidera uma câmara municipal onde se “vive uma situação de pleno emprego”. A presidente da Administração do Porto de Sines (APS), Lídia Sequeira, confirma. Também diz que “os investimentos na zona são elevados e estão todos a avançar”, acrescentando que “é por essa razão que conseguimos fazer as obras de prolongamento do molhe do porto com autofinanciamento”. O presidente da AICEP, Basílio Horta, considera que Sines “atingiu um nível de actividade que deveria ser consolidado pela atribuição do estatuto de porto franco”, com uma fiscalidade mais atractiva. Entre todas as obras em curso, o presidente da câmara sublinha a importância do alargamento do Terminal XXI, que opera os contentores no porto de Sines. Jorge de Almeida, responsável pela concessionária do Terminal XXI — a PSA Sines —, explica que a empresa está a expandir a área destinada ao cais, bem como a capacidade das suas gruas. “Até ao final de 2011, o Terminal XXI terá três gruas a funcionar e vai dispor de espaço para operar um milhão de TEUS (unidade correspondente a um contentor de 20 pés)”, garante Jorge de Almeida. “Inicialmente esta fase apontava para 800 mil TEUS, mas tivemos de aumentar a capacidade para fazer face ao crescimento da actividade”, refere. A nova grua recentemente instalada no terminal carrega e descarrega ao mesmo tempo (dispõe de sistema twin lift). O Terminal XXI terá a funcionar três gruas deste tipo, destinadas a operar navios porta-contentores da classe post-panamax, com capacidade para 14 mil.
TEUS
Entre 2011 e 2012 o Terminal XXI vai ter um cais com 730 metros e terá instaladas seis gruas super post-panamax. Depois de 2012 avança a última fase de expansão do cais, que será aumentado para 940 metros e deverá dispor de 10 gruas super post-panamax. Nessa última fase terá uma capacidade que inicialmente foi prevista para 1,4 milhões de TEUS mas que na realidade vai conseguir operar entre 1,6 ou 1,7 milhões de TEUS devido ao aumento da capacidade das gruas. A PSA Sines está a investir €65 milhões nesta fase de alargamento do cais. Mas o mais curioso na atividade de Sines é que começa a ser reconhecida a nível ibérico como competitiva para desalfandegar mercadorias. Isso deve-se à empresa Sitank, que recebe carga espanhola oriunda do porto de Valência (onde os navios descarregam os contentores porque têm mais espaço), para depois ser desalfandegada em Sines. No entanto, esta carga segue depois para a região de Madrid. Os operadores espanhóis transportam os contentores pelo modo rodoviário e pagam cerca de €1600 pelo seu transporte de Valência a Sines e depois até Madrid. O desalfandegamento em Sines tem custos mais baixos porque o IVA não é todo pago à cabeça, como acontece nos terminais portuários espanhóis. Além das obras de expansão do molhe, a APS está a fazer dragagens para aumentar a profundidade do canal de acesso ao cais de contentores para 17,5 metros e facilitar a entrada de grandes navios
" (texto publicado no Expresso, com a devida vénia)

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