terça-feira, maio 31, 2011

Segundo o Jornal I, "o número de imóveis penhorados está a crescer a um ritmo galopante. Se o malparado na habitação - 1,96 mil milhões de euros em Março - demonstra a dificuldade dos portugueses em pagar o crédito, o balanço dos leilões de imóveis penhorados pela banca, nos primeiros meses do ano, não deixa margem para dúvidas: 2011 será um ano de recordes. Para escoar o elevado stock de imóveis em carteira, sobretudo nos subúrbios à volta de Lisboa e Porto, os bancos estão a recorrer em força às leiloeiras. Em complemento, lançam campanhas de "oportunidades" ou "saldos" e estabelecem parcerias com empresas de mediação imobiliárias. Imóveis com descontos superiores a 30%, spreads mais baixos, financiamento a 100% e isenção de várias despesas são as armas utilizadas pela banca para limpar os balanços da dívida em incumprimento. Para os potenciais compradores, particulares ou investidores, encontrar condições idênticas nos tradicionais canais de venda de imóveis assume-se como uma missão (quase) impossível na actual conjuntura. Desde Janeiro, chegaram à praça 1550 imóveis só através das duas leiloeiras especializadas neste segmento - Luso-Roux e Euro Estates. Foram realizados 22 leilões este ano e, até Dezembro, o calendário já está muito preenchido.A Luso-Roux levou a leilão cerca de 650 lotes, num valor aproximado de 42 milhões de euros, a que acrescem mais 200 lotes, com valor base de licitação de 12 milhões, neste último fim-de--semana de 28 e 29 de Maio, adiantou Ana Ferro, directora comercial da Luso-Roux. "Prevemos até ao final de 2011 realizar mais 19 acções, o que irá totalizar cerca de 30 leilões este ano", revelou.Por sua vez, a Euro-Estates já realizou 11 leilões, onde foram apresentados cerca de 700 imóveis de norte a Sul do país. "No fim-de-semana de 21 e 22 de Maio, foram levados à praça 95 imóveis para habitação e ainda 10 lojas, onde o volume total de vendas das carteiras totalizou cinco milhões de euros", afirmou Diogo Livério, director comercial da Euro Estates."É notório que persiste uma situação de oferta excessiva, sobretudo nas zonas suburbanas de Lisboa e do Porto, com a consequente descida de preços nos imóveis menos beneficiados em termos de oferta e de relação qualidade/preço/acessibilidade", explica Ana Ferro.A oferta vai continuar a invadir o mercado, reflexo da situação económica do país e das dificuldades do sector bancário. Por um lado, o desemprego recorde, as novas medidas de austeridade e taxas de juro mais elevadas, não vão dar tréguas ao crédito malparado. Por outro, os bancos estão a facilitar a concessão de empréstimos para quem compra em leilão, num esforço para limpar o balanço de créditos executado num quadro de maior exigência de solidez financeira. Penhoras demoram dois anos Além dos leilões, estão a chegar ao mercado os imóveis penhorados judicialmente em 2008, quando os juro dos empréstimo dispararam. Um processo de execução judicial demora dois a três anos a ficar concluído, enquanto os imóveis entregues pelos clientes aos bancos para saldar a hipoteca são muito mais rápidos. Os bancos estão também a lançar campanhas promocionais. Na CGD, por exemplo, decorre a campanha "Primavera", até 21 de Junho, onde se destaca a oferta de um cheque escritura de 600 euros".

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