segunda-feira, maio 30, 2011

Ferro Rodrigues: “Sócrates não está isento de responsabilidade nesta crise”

Os jornalistas do Correio da Manhã, Janete Frazão e João Pereira Coutinho, entrevistaram Ferro Rodrigues, ex-líder do PS, regressa à política como candidato a deputado. Em entrevista ao CM, realizada no dia 23, diz que quer defender o País. Deixo algumas das questões colocadas ao ex-líder do PS:
Esteve vários anos afastado da cena política nacional. Durante este tempo foram-lhe feitos vários convites para regressar, mas declinou sempre. O que mudou agora para aceitar este convite do secretário-geral do PS?
Mudou naturalmente a situação do país, que depois das eleições de 2009 teve um agravamento significativo do ponto de vista financeiro e também do ponto de vista económico e social. Portanto, senti que deveria defender o meu país, aceitando o desafio feito pelo secretário-geral do PS para ser candidato a deputado nestes eleições.
Mas não considera que Sócrates demorou demasiado tempo a agir?
O que considerei desde sempre é que esta crise era uma crise gravíssima que iria afectar muitos países mas, sobretudo, aqueles que têm mais dificuldades estruturais. E Portugal tinha já há anos um problema de crescimento, um problema de divida privada e um problema de dívida pública. Foi atingido mais significativamente do que noutros países. Nós verificamos, aliás, que ainda hoje isso não parou. (...) Há aqui uma componente de crise internacional que é muito importante e que infelizmente tem estado ausente deste debate eleitoral.
Certo. Mas não faltaram avisos. Não acha que José Sócrates devia ter pedido ajuda externa mais cedo?
Não, sinceramente acho que não. A ajuda externa só foi absolutamente necessária depois da crise política se ter aberto, depois de se ter verificado que não havia qualquer possibilidade de fazer um consenso antes das próximas eleições e isso teve como consequência o chumbo do PEC IV, com um movimento de grande perplexidade à escala europeia e internacional que eu pude testemunhar em Paris, e que levou ao pedido de ajuda. Mais cedo não faria sentido”.

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