sexta-feira, abril 15, 2011

Será verdade? (II)

Será verdade que a saga das vagas dos internos na Madeira - uma das regiões com pior rácio de cobertura de médicos por cada 100 mil habitantes, de acordo com indicadores do INE - continua, apesar da previsão de deslocação ao Funchal, até final de Maio, dos vários colégios da especialidade com vista ao apuramento da existência de condições para a recuperação da idoneidade formativa indevidamente retirada à maioria dos serviços hospitalares - por razões obscuras de todos conhecidas, com todos os prejuízos daí resultantes, assentes em puro revanchismo pessoal e institucional, e desejo de vingança a partir do momento em que a Madeira publicou em Agosto de 2010 o diploma sobre genéricos? Aliás, disseram-me ser provável que, depois de resolvido este processo, os familiares dos jovens médicos madeirenses prejudicados por este processo e pelas decisões indevidamente, tomadas, movam junto dos tribunais iniciativas reclamando indemnizações pelas perdas e danos causados aos jovens internos madeirenses. O curioso é que, apesar de algumas hesitações, o empenho do novo Bastonário da Ordem dos Médicos, parece continuar. O que é estranho, se se confirmar isso, é que a decisão inicialmente pensada de fazer regressar à Madeira os internos das vagas da RAM, e que se encontram no Continente, enquanto o processo de avaliação da idoneidade formativa se desenvolveria, foi travado por uma recusa...regional! Será que foi isso que aconteceu mesmo, inclusivamente para surpresa de outros membros do organismo da Ordem dos Médicos competente e a quem cabe a tomada de decisões? Sinceramente custa-me acreditar, caso seja essa a verdade dos factos, que se continuem a misturar questões pessoais, pior do que isso, alegados ajustes de contas de natureza pessoal, com um caso demasiado sério e que tantos prejuízos causou à Madeira. Estamos a falar, recordo de cerca de 35 jovens licenciados madeirenses que deixaram de poder vir para a região este ano (o chamado "ano comum") e que provavelmente dificilmente virão, até porque o concurso para os internatos do próximo ano se realizam daqui a uns meses. Estamos a falar ainda das cerca de 30 vagas atribuídas à Madeira para internatos médicos iniciados este ano, embora todos os seus titulares estejam distribuídos por estruturas hospitalares e centros de saúde no Continente, obrigados a despesas acrescidas com encargos que em situações normais nunca deveriam estar a suportar. Só deixo uma dúvida: se os autores dessa obstaculização, todos eles da(na) Região, se os alegados "telefonemas" feitos para Lisboa, a que se juntam cartas anónimas, tivessem filhos ou filhas envolvidos (e prejudicados) com este triste processo, se os mesmos teriam exactamente os mesmos comportamentos que têm tido? É uma questão de consciência e de ética? É sim senhor. Mas nada me impede de a colocar à reflexão. Só isso, à reflexão de todos. Porque estamos a falar, no mínimo de 60 jovens médicos madeirenses prejudicados, e das suas respectivas famílias, que olham para tudo o que se tem passado com raiva, para não usar um adjectivo bem mais consentâneo com o que realmente todos eles sentem.

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