
"Sócrates apresentou demissão quando sabia que não tinha dinheiro"
O líder do maior partido da oposição deixou ainda duras críticas a José Sócrates e aos motivos que terão levado o primeiro-ministro a demitir-se. "Estou convencido hoje que o primeiro-ministro apresentou a demissão ao Presidente da República quando sabia que não tinha dinheiro, que tinha deixado o Estado sem dinheiro para cumprir as obrigações com os credores e preferiu que viessem outros resolver o problema", apontou. Questionado sobre a conversa que teve com Sócrates na véspera da apresentação do PEC IV, Passos Coelho revelou que depois de um contacto telefónico se dirigiu a São Bento, mas sublinhou que não revela conversas privadas que tenha nem com o primeiro-ministro nem com o Presidente. "De mim ninguém ouvirá qualquer palavra que contribua para lançar confusão na opinião pública", disse, adiantando que não houve negociações, "o senhor primeiro-ministro apresentou-me o que ia apresentar em Bruxelas". Sobre as críticas dos responsáveis europeus, que se queixam da troca de 'galhadertes' entre os principais partidos portugueses, Passos considerou que a responsabilidade dever ser "toda" do "engenheiro Sócrates". "No comício espectáculo deste fim-de-semana, José Sócrates deu a impressão de que aterrou em Portugal agora e que não teve culpa pelos últimos seis anos", argumentou.
Eleiçoes: Ou o PSD vence com maioria ou vem aí "mais do mesmo"
Se as eleições legislativas que se aproximam, Passos Coelho deixou um alerta: ou o PSD ganha com maioria absoluta ou vem aí "mais do mesmo". "O que vai estar em voto nestas eleições é que ou o PSD ganha estas eleições com uma maioria absoluta ou o que vai acontecer são PECs a seguir a PECs", disse. "Eu não faço birras", defendeu-se, argumentando que "temos uma escolha entre o mesmo engenheiro Sócrates, que liderou o governo de desastre financeiro nos últimos seis anos, ou eu, um primeiro-ministro que vai retomar o crescimento económico". Além disso, e a seu favor, Passos disse ainda que actualmente Sócrates não "tem capacidade de diálogo" nem com os partidos à direita nem à esquerda, por isso, pretende formar um Governo abrangente "com outras forças políticas, quer com o CDS, quer eventualmente com o PS", mas sem o atual primeiro-ministro. "O PSD estará apostado em liderar uma alternativa para o Pais que hoje não passa pelo PS" porque "não é possível construir uma alternativa de futuro para Portugal com alguém que falhou" e prometeu que "o PSD não quer ter uma maioria absoluta para mandar em Portugal". Passos recua: "Caixa deve estar maioritariamente nas mãos do Estado" Sobre o programa eleitoral do PSD, Passos vincou que só será apresentado no início de Maio, mas esclareceu duas linhas mestras: "Portugal precisa rapidamente de um programa de emergência social", porque há "pessoas em risco que não conseguem bastar-se em matérias essenciais e básicas", pelo que "precisamos de um programa de suporte". Por outro lado, o PSD vai dedicar-se a uma "estratégia de médio e longo prazo a apostar na economia e poupança das contas públicas". Sobre a política de privatizações, o líder do PSD esclareceu que "será claro" e que "o Estado deva ser encolhido na área empresarial". Passos Coelho repetiu que "a CGD precisa de sair rapidamente de áreas que não têm a ver com o core da intervenção financeira" e "deve poder alienar a parte dos seguros e hospitais", contudo, diz agora que a maioria do capital deve permanecer público. "Continuo a defender que deve estar maioritariamente nas mãos do Estado. Mas há uma parte da caixa que não poderá de deixar de ser vendida", disse. Na recta final da entrevista, Passos Coelho deixou ainda um elogio a Fernando Nobre, que será o cabeça-de-lista por Lisboa do PSD e indigitado presidente da Assembleia da República, caso o partido de Passos Coelho ganhe as eleições a 5 de Junho. "O Dr Fernando Nobre teve muita coragem por ter aceite o convite que lhe fiz", disse, acrescentando que "houve muitas pessoas à esquerda que o criticaram de uma forma não tolerável porque respondeu ao apelo que lhe fiz"
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