segunda-feira, abril 11, 2011

Mais de 100 carros penhorados por dia...

Diz a jornalista Diana Ramos do Correio da Manhã que "em 2010, houve 31 613 penhoras de veículos. Nos primeiros três meses, o número subiu 15% face ao ano anterior para um total de 9570 execuções. Entre Janeiro e Março, os solicitadores de execução já realizaram 9570 penhoras de veículos automóveis, um número que representa um acréscimo de 15% face ao mesmo período do ano anterior. Na prática, há 106 carros executados por dia para cobrança de dívidas. José Carlos Resende, presidente da Câmara dos Solicitadores, acredita que o aumento destas execuções representa, por um lado, as maiores dificuldades sentidas com a crise e, por outro lado, resulta da maior simplificação do processo. "O sistema de penhora automática é relativamente eficaz no que se refere a uma forma de coagir [os devedores] a pagar", explica o responsável, adiantando que "as pessoas têm a noção de que não pagar é mau". "E havendo mais desemprego, haverá mais situações deste género", reconhece. Os números da Câmara dos Solicitadores mostram ainda que, no ano passado, o sistema de penhora electrónica de veículos levou à execução de 31 613 execuções de automóveis, mais 34% do que em 2009. "A maior parte das pessoas tenta chegar a acordo e resolver o assunto", explica o presidente daquele organismo. O problema é que, também face às dificuldades financeiras que muitas famílias atravessam, "os acordos que propõem são muitos". "Da ordem dos 50 euros por mês", diz José Carlos Resende. A maior parte das entidades que ordenam a execução da dívida "acaba por aceitar o acordo", mas "para as empresas financeiras que concedem crédito a juros elevados acaba por ser interessante retardar um pouco mais o pagamento", explica o solicitador. O sistema foi criado em 2008 e permite aos agentes de execução consultar a base de dados do registo automóvel, accionando a penhora dos veículos existentes em nome do devedor. Ainda assim, admite, as entidades que ordenam a cobrança "não estão muitas vezes interessadas nestes veículos", já que "o valor da dívida tende a ser superior ao valor comercial do carro". "Os exequentes preferem salários", afirma. Apesar de ainda não existirem dados oficiais, "os processos de execução, na generalidade, têm-se mantido iguais face ao ano anterior".

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