Segundo a jornalista Vanessa Cruz da Agência Financeira/TVI, “os preços vão subir em Portugal este ano - e muito mais do que a projecção inicial do Banco de Portugal. O Boletim de Primavera do BdP estima que o índice harmonizado de preços no consumidor aumente 3,6%, quando o Boletim de Inverno apontava para apenas 2,7%. E em 2012 o cenário não vai melhorar para os portugueses. Foi também feita uma revisão em alta da inflação para o ano que vem em relação ao que estava previsto antes: de 1,4 para 2%. Em relação à média da OCDE, os preços têm subido mais por cá este ano. Como explicar esta escalada nos preços? O Banco de Portugal diz que ela é «decorrente em particular de medidas de consolidação orçamental e da evolução dos preços das matérias-primas». Este ano, o aumento dos preços toca sobretudo os bens e serviços não energéticos. No entanto, «a componente energética dos preços deverá registar um aumento de 12,3%», o que resulta «essencialmente» da evolução do preço do petróleo. O Banco de Portugal faz assim notar que «a expressiva revisão em 2011 resulta, em particular, da revisão em alta do preço do petróleo em euros e dos preços de importação de bens e serviços não energéticos, bem como de uma reavaliação do aumento dos preços de vários bens e serviços sujeitos a regulação, no âmbito das medidas de consolidação orçamental», mais conhecidas por medidas de austeridade. Para o próximo ano, o crescimento dos preços de importação de bens e serviços não energéticos e os custos salariais vão influenciar o aumento de 2% da inflação, segundo as actuais previsões. Noutro campo, «a componente energética deverá registar uma desaceleração para 2%, em linha com as perspectivas para o preço do petróleo». O Banco de Portugal revela ainda outras previsões nada animadoras para o país: uma recessão superior ao esperado este ano e outra forte contracção da economia em 2012, caso venha aí mais austeridade. O BdP deixa o aviso de que para se chegar às metas de consolidação orçamental propostas as medidas actuais não chegam. São precisas mais, mas o problema é que elas vêm acompanhadas de nova contracção e não de crescimento económico".
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