Escreve a Agência Financeira/TVI, que "não são medidas simpáticas, mas todas estão em cima da mesa: aumentar impostos, cortar ou congelar salários e pensões, despedir funcionários públicos e suspender investimentos públicos. Não é porque o PEC 4 foi chumbado no Parlamento que os portugueses não vão ver novas medidas de austeridade. Bruxelas já disse que, mesmo que as medidas sejam outras, as metas de défice são para cumprir e os principais partidos já se comprometeram com elas. Alguns economistas disseram à TVI que medidas podem estar no horizonte. O aumento de impostos é visto com desagrado por todos. Miguel Beleza diz que a carga fiscal é já muito elevada mas que, mesmo assim, o aumento do IVA seria «o menos grave». Já Augusto Mateus vê com maus olhos esta hipótese, já admitida pelo PSD, uma vez que deprimiria o consumo. João César das Neves não vê aqui qualquer benesse. «Com mais receita, o Estado vai gastar mais», diz. Para este professor universitário, o que é mesmo necessário é «controlar a despesa», que anda «desaustinada». Uma das medidas também em cima da mesa foi o despedimento de funcionários públicos, algo que, para Miguel Beleza, «se calhar é uma opção». O mesmo não pensa João César das Neves, mas apenas por questões formais. É que despedir trabalhadores do Estado «não é possível» e para passar a sê-lo, seria preciso «mudar a Constituição». Por isso, é uma medida que não pode avançar a curto prazo. «E mesmo que pudesse, havia outro problema: teríamos de lhes pagar indemnizações» e a despesa aumentava outra vez, sublinha. Além de que os despedidos engrossariam as filas do desemprego. Já Augusto Mateus, que faz uma comparação entre um trabalhador do sector privado e um funcionário público, aponta a injustiça na diferença de tratamento. «Porque é que um pode perder o emprego e outro não?», questiona. Mexer nos salários e pensões é uma medida que os economistas olham com maior abertura. É que estas são duas das maiores fatias da despesa do Estado e, para cortar a sério e com efeito rápido, esta é uma solução para quem não faz o trabalho de casa, sublinha César das Neves. Para Miguel Beleza, todas as possibilidades devem estar em cima da mesa, incluindo congelar as pensões baixas, «porque estão em maioria», ainda que esta não seja «muito simpática». Já Augusto Mateus diz que é preciso corrigir desequilíbrios e congelar algumas pensões. A medida que todos aplaudiriam e não apontam críticas de maior seria o cancelamento de alguns projectos de investimento público, como por exemplo, o TGV".
Sem comentários:
Enviar um comentário