Segundo o Diário dos Açores, "o modelo de avaliação de desempenho dos professores vai manter-se nos Açores, apesar de ter sido rejeitado na Assembleia da República, afirmou a secretária regional da Educação, Cláudia Cardoso. "Nós temos um bom modelo de avaliação, em tudo distinto do nacional, não vale a pena confundirmos as coisas. O nosso modelo é distinto, há factores de ineficiência no modelo nacional que nós nunca sequer tivemos", frisou Cláudia Cardoso. A oposição parlamentar na Assembleia da República aprovou na sexta-feira a revogação do actual sistema de avaliação de desempenho dos professores com os votos favoráveis de PSD, PCP, BE, PEV e CDS-PP e contra da bancada do PS e do deputado social-democrata Pacheco Pereira. O PS já anunciou entretanto que irá suscitar a fiscalização da constitucionalidade deste acto, considerando que o Parlamento não tem competência para tal. A secretária regional da Educação manifestou, no entanto, abertura para negociações com os sindicatos representativos da classe docente, admitindo que "há alguns aperfeiçoamentos que podem ser feitos porque não há modelos perfeitos e fechados", ainda que tenha frisado que "o modelo de fundo manter-se-á e depois do ajustamento não haverá nenhuma suspensão ao modelo de avaliação". O Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA) defendeu que a rejeição do modelo de avaliação dos professores no parlamento nacional veio reforçar o que tem defendido, considerando que existem nos Açores motivos acrescidos para também rejeitar o actual modelo. "Defendemos a queda do actual modelo, não apenas por ter ocorrido a suspensão do modelo de avaliação no continente mas porque o nosso diploma regional não permite a avaliação quando existe um cenário de congelamento do tempo de serviço", afirmou Sofia Ribeiro, presidente do SDPA. Para esta dirigente sindical, "os professores nos Açores têm motivos acrescidos para que o seu modelo de avaliação seja suspenso porque não existe precisamente enquadramento legal". Por seu lado, António Lucas, presidente do Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA), admitiu a impossibilidade do modelo de avaliação ser rejeitado no parlamento regional devido à maioria socialista que apoia o governo, mas defendeu a necessidade de um modelo mais operacional e menos desestabilizador do funcionamento das escolas. "Neste momento estamos em processo negocial, não faz grande sentido fazer a reivindicação da suspensão do modelo até porque estamos a meio do ano e, tendo em conta que já há um número significativo de professores avaliados com este modelo, até se poderia criar uma situação de desigualdade", afirmou”.
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