Sócrates: alguém acredita?

Alguém acredita que um primeiro-ministro, que esteve quase quatro anos para visitar oficialmente uma região, se desloca à Madeira por escassas 7 horas, acompanhado de 3 ministros (!), dois secretários de Estado (!) e mais de uma dezena de assessores e adjuntos dos referidos membros do Governo, só para entregar computadores Magalhães numa escola e participar num almoço com empresários ligados ao turismo e anunciar-lhes a aprovação do financiamento de sete projectos apresentados por empresários locais? Nesse caso, você acredita no Pai Natal... E, já agora, sabe que no início desta semana nem sequer era o primeiro-ministro a deslocar-se à Madeira, mas sim um secretário de Estado do Ministério da Educação que estaria presente no acto público de entrega dos computadores? Tenho para mim que estamos perante uma visita política, essencialmente política, destinada a nada resolver, a não facilitar a vida a Alberto João Jardim e à governação regional, mas a retirar argumentos, ao PSD e à oposição não socialista, para acusar Sócrates de ignorar a Madeira deliberadamente, prejudicando-a. Basta ouvir atentamente as declarações por ele feitas aos jornalistas, analisar os pontos salientados para perceber que tudo foi preparado com antecedência e com objectivos concretos. Mas existe um outro potencial motivo político, subjacente a esta deslocação, porventura o mais importante, relacionado com as legislativas nacionais de Outubro, mas sobre isso falarei mais adiante, porque é uma opinião pessoal e, disso não passa.