Ainda segundo o jornalista do Publico Ricardo Garcia, “a Comissão Baleeira Internacional pode estar em crise. Mas para o biólogo Jorge Palmeirim, o comissário português na CBI, uma das suas decisões mais faladas, a proibição da caça comercial em 1986, foi essencial para os grandes cetáceos. "A moratória salvou espécies de baleias", afirma. "Provavelmente, a baleia-azul não se teria aguentado."A CBI nasceu em 1946, através de uma convenção internacional assinada por 15 países. O seu objectivo era o de regulamentar a caça à baleia, de modo a garantir a sobrevivência da própria actividade, através da protecção das espécies. Hoje tem 85 membros, que estão a gerir com dificuldade a nova personalidade da CBI, adquirida desde os anos 1970: tornou-se mais numa organização voltada à protecção das baleias e menos aos interesses da caça. A comissão tem membros recentes que nem sequer têm costa, mas que contam como votos importantes para as duas facções rivais dentro da CBI. Austrália, Nova Zelândia e Reino Unidos são os líderes históricos contra a caça comercial. Japão, Noruega e Islândia, do outro lado, são os maiores defensores. A Noruega, em particular, não obedece à moratória de 1986, por ter apresentado uma reserva na altura da sua votação. "É o único país que tem legitimidade para caçar [comercialmente]", diz Jorge Palmeirim. "Mas, do ponto de vista moral, é questionável." Outros países capturam baleias ao abrigo de excepções previstas na convenção: a maior parte para fins científicos e uma parcela menor para sobrevivência de populações aborígenes. O recurso crescente a esses expedientes previstos na convenção preocupa Jorge Palmeirim. "O número de baleias mortas, e de espécies, está a aumentar", alerta o biólogo".
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