Amadora,
Odivelas, Loures e Oeiras estão entre os subúrbios mais caros à volta da
capital. Apenas dez quilómetros separam o Marquês de Pombal, em Lisboa, do
centro da Amadora. Em hora de ponta, a viagem de carro pode demorar bem mais do
que 30 minutos. Um desafio à paciência de quem trabalha na capital e que foi
obrigado a procurar casa nos arredores. Mas também aqui os preços não param de
crescer. Segundo o
inquérito à avaliação bancária do Instituto Nacional de Estatística (INE)
publicada esta semana, em quatro anos o valor médio do metro quadrado na
Amadora cresceu perto de €650, para os €1879. A tendência de subida já se
verificava desde 2016, tendo os preços evoluído progressivamente: se em 2016, o
metro quadrado rondava os €1229, em 2017 cresceu para os €1430, e em 2018 subiu
até €1643, estacionando nos €1879, em 2019. As cidades
da periferia de Lisboa foram das que mais aumentos conheceram no preço da
habitação. Os valores exorbitantes que a habitação atingiu na capital — o metro
quadrado está avaliado atualmente em €2193 — produziram um efeito para lá das
fronteiras do concelho de Lisboa. E não é apenas na Amadora: em Odivelas, por
exemplo, o preço do metro quadrado ronda atualmente os €2026, tendo aumentado,
nos últimos quatro anos, mais de €650.
Numa
perspetiva global, o inquérito do INE revela que o valor médio de avaliação
bancária subiu 7,6% para os €1304 por metro quadrado, em outubro, em termos
homólogos, e avançou 0,4% (mais €5/m2) relativamente a setembro. O valor médio
de avaliação dos apartamentos foi de €1389/m2, aumentando 8,8% relativamente ao
mês homólogo de 2018. A nível regional, as maiores subidas registaram-se no
Algarve e na Região Autónoma dos Açores (1,4%), tendo a única descida
acontecido no Alentejo (-0,2%). O Algarve, a Área Metropolitana de Lisboa, a
Região Autónoma da Madeira, a Área Metropolitana do Porto, o Alentejo Central e
o Alentejo Litoral apresentaram valores de avaliação superiores à média
nacional.
A procura
centra-se sobretudo à volta da capital. Uma tendência que tem vindo a
acentuar-se nos últimos quatro anos. No primeiro semestre de 2018, por exemplo,
a Century 21 mediou a venda de 5688 casas. A empresa justificou os números com
o aumento das transações nas periferias, onde o valor médio das casas é mais
ajustado aos rendimentos das famílias, além outras facilidades no acesso ao
crédito. Ricardo Sousa, diretor-geral da C21 em Portugal e Espanha, dava então como
exemplos a forte procura em Odivelas, Amadora, Linha de Sintra e Margem Sul do
Tejo.
Segundo os
dados mais recentes do inquérito do INE à avaliação bancária, Odivelas é dos
concelhos mais caros da Área Metropolitana de Lisboa: atualmente, o metro
quadrado ronda os €2026, tendo aumentado, desde 2016, mais de €650. Já Oeiras,
que fica a pouco mais de 20 quilómetros da capital, o valor é ligeiramente mais
elevado: €2179 por metro quadrado. Analisando os números desde 2016, conclui-se
que este concelho liderado por Isaltino Morais teve um aumento na avaliação
bancária de €515.
A procura
de casas mais baratas não se limita à zona norte do Tejo. Na Margem Sul, o concelho
do Seixal tem sido mais uma alternativa quando chega a hora de encontrar
habitação perto do capital. É aqui que se encontra o metro quadrado mais barato
da Área Metropolitana de Lisboa: segundo o INE, o preço fixou-se nos €1466,
tendo evoluído pouco mais de €120 por metro quadrado. Almada mantém-se como uma
solução, embora o preço esteja ligeiramente acima da avaliação bancária para o
Seixal: os últimos dados apontam para os €1769. Em 2016, este valor estava
fixado nos €1263, tendo evoluído para os €1399, em 2017, atingindo os €1570, em
2018, e fixando-se nos tais €1769, em outubro passado (texto de ANDRÉ RITO,
Expresso)
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