domingo, dezembro 29, 2019

Custos políticos atingem 1,4 mil milhões na factura da electricidade

Os custos políticos da energia, que são suportados pelos consumidores através da factura da electricidade, vão voltar a aumentar em 2020, depois de um período de contenção entre 2015 e 2019, noticia o “Correio da Manhã” (CM). No próximo ano, estes custos que subsidiam a electricidade das ilhas e pagam rendas a produtores de renováveis sobem quase 242 milhões de euros, atingindo um total de 1,4 mil milhões de euros, revela a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), assim como o Conselho Tarifário, um órgão que reúne representantes dos comercializadores e dos consumidores de energia.
No seu parecer sobre as tarifas para 2020, este órgão afirma que «deve ser assumida uma política sustentada e estável com vista à progressiva redução daqueles custos». Segundo os relatórios da ERSE que serviram de base à definição das tarifas do próximo ano, a compra de electricidade produzida pelas energias renováveis (cuja produção é subsidiada e adquirida na totalidade pelo sistema eléctrico) é a componente que mais pesa no agravamento destes custos. A entidade liderada por Cristina Portugal prevê um custo desta componente – tecnicamente denominada como ‘sobrecusto da PRE’ – de 866 milhões de euros no próximo ano, mais 222 milhões face às tarifas de 2019.

O agravamento destas despesas resultantes de decisões políticas em 2020 prende-se também com o «facto de as medidas mitigadoras para redução dos CIEG [Custos de Interesse Económico Geral] serem nas atuais tarifas substancialmente inferiores (menos 250 milhões de euros) ao valor considerado o ano passado», adianta ainda a ERSE. O Eurostat, recorde-se, engloba estes custos na carga fiscal, calculando que 49 euros em cada 100 pagos pelos consumidores vão para impostos e medidas políticas. Estes valores colocam Portugal entre os países europeus com a maior carga fiscal (Executive Digest)

Sem comentários: