O problema não tem nada a ver com Greta, porque a miúda nórdica não vai resolver nada. É mais uma depois de tantas outras, provavelmente mediatizada - Greta - por razões pessoais que têm muito a ver com a sua saúde e a sua doença. O problema, quando se fala de clima e de alterações climáticas e de mudança de hábitos e comportamentos, tem a ver com a sociedade em geral, com a sensibilidade e mobilização das pessoas para estas novas causas colectivas, com a sinceridade e empenho real das lideranças políticas, com os interesses mafiosos de empresas e governos que se borrifam para acordos e deixam tudo continuar na mesma porque rio poder do dinheiro e o perfume dos lucros parecem mais poderosos que a lógica da sobrevivência colectiva. O problema tem a ver com a capacidade das sociedades de pressionarem os governos, de os derrubarem pela força se necessário for, para que a grande mudança se faça, a grande mudança em defesa da terra, do nosso futuro, da nossa casa comum. Uma causa na qual ou todos se empenham ou nada feito. Greta é apenas uma jovem mediatizada, um instrumento de alguns grupos de pressão, políticos e não só (veja-se o que se passou em Lisboa hoje o oportunismo de deputados e de partidos, etc) usada para pressionar instituições e governos (é muito melhor usar uma criança doente na sensibilização das lideranças para a defesa do ambiente), sem grande sucesso, diga-se em abono da verdade, apesar da mobilização dos sectores mais jovens da sociedade que abandonaram as consolas dos jogos de computadores e as redes sociais para se manifestarem de quando em vez nas ruas, exigindo mudanças e empenho, alguns deles porque é "chique" entrar na festança, sem terem a noção do que está em cima da mesa. Repito, o essencial é o que vai sair de concreto de Madrid, da conferência que debate o nosso futuro, da conferencia onde os líderes dos 4 países mais poluidores do mundo estão ausentes. O essencial é saber até que ponto as escolas podem ou não adaptar os programas curriculares a esta nova realidade urgente, incentivando e mobilizando os alunos para uma causa colectiva, quiçá transformando-a mesmo numa disciplina com outro grau de exigência e avaliação. E aqui chegados, sejamos pragmáticos e deixemo-nos de teatros e de idiotices mediáticas que podem ser do agrado de políticos oportunistas ou das televisões porque são temas actuais que podem até gerar publicidade e novas receitas. Se não existir mudança, seja de que forma for, se os governos não sentirem na carne a irritação da sociedade e alguns deles sucumbirem à manifestação, se as empresas poluidoras não forem boicotadas,denunciadas e severamente castigadas, tudo volta ao normal, porque são milhões de milhões que estão em causa.
Acabem com as palhaçadas dos barquinhos que demoram 21 dias a ligar os EUA à Europa num mundo e num tempo onde o avião, transporte mais seguro, rápido e seguro de todos, liga os dois continentes em escassas 6 ou 7 horas. Encontrem, alternativas que combatam a poluição aérea, mas sejamos práticos. Por este andar ainda nos obrigarão a ter que andar todos de carros de verga, trotinete ou bicicleta como se o automóvel não seja hoje um bem essencial. A indústria automóvel tem é que ser obrigada a neutralizar os efeitos negativos optando por alternativas - motores - mais limpas e amigas do ambiente (mas depois do escândalo do gasóleo é natural que as pessoas desconfiem de tudo e não acreditem em nada, quando se trata de apurar intenções e a verdade subjacente a estes processos). Sejamos práticos, sérios e verdadeiros, porque a demagogia e o populismo retiram credibilidade e geram desconfiança e distanciamento das pessoas.
Dizem que Portugal quer dar exemplos neste domínio e que aposta em medidas radicais em defesa do ambiente. Os compromissos estão anunciados vamos a ver o que sucede em termos de concretização (LFM)
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