sábado, abril 13, 2013

António Ramalho: Endividamento da Estradas de Portugal representará 5 vezes o EBITDA em 2030



Segundo o Jornal de Negócios, num texto da jornalista Maria João Babo, o Presidente da EP diz que falta pagar 9,7 mil milhões das ex-Scut e portajadas e avisa que empresa não será sustentável se nada for feito. “Até 2030, o nosso grau de responsabilidades com concessões vai atingir, sem IVA, o endividamento de 16 mil milhões de euros se nada fizermos, o que significa 5 vezes o EBITDA”, disse esta sexta-feira António Ramalho na comissão parlamentar de inquérito às PPP. Para o responsável, as negociações dos contratos que estão a ser feitas são “em benefício da EP”. “A EP à data de hoje não é sustentável”, disse António Ramalho, acrescentando que “o volume de dívida nos próximos anos é insustentável, mesmo num país muito importador de capitais, quanto mais num país com as dificuldades de financiamento que temos”.“Se a EP não conseguir fazer esta renegociação, não conseguirá ser sustentável”, afirmou, frisando que falta pagar 9,7 mil milhões de euros das ex-Scut e portajadas. António Ramalho explicou que as negociações de 15 contratos que estão a decorrer têm objectivos operacionais e financeiros. O responsável pela comissão de negociação, que é também presidente da Estradas de Portugal, explicou que que a negociação tem incidido em quatro pontos: os custos operacionais envolvidos nos casos base, o enquadramento das grandes reparações, as condições específicas de remuneração accionista e o ajustamento do modelo de sustentabilidade e garantias de financiamento. “Todas se reflectem em pagamento de disponibilidade por parte do Estado”, afirmou António Ramalho, acrescentando que “o processo exige discrição, perseverança e resultados”. Dos pagamentos por disponibilidade dos contratos em negociação – subconcessões, ex-Scut e duas concessões com portagem real e pagamento por disponibilidade – os custos operacionais e grandes reparações representam quase 24%, a remuneração accionista 23% e a dívida 46%. António Ramalho disse ainda que o volume de dívida está dividido entre BEI (34,6%), banca nacional (cerca de 40%) e banca internacional (mais de 24%). Segundo o presidente da EP, no âmbito dos trabalhos da comissão de renegociação já ocorreram 46 reuniões em plenário, sendo que “não há nenhuma concessionária que não tenha feito menos de seis reuniões”.