São Miguel é a
única ilha dos Açores com mais jovens do que idosos e onde o saldo natural
ainda é positivo. A conclusão é da Pordata, que reuniu alguns dos principais
indicadores sobre a Região Autónoma dos Açores (RAA) para traçar um retrato do
arquipélago das nove ilhas – que, no total, conta com cerca de 242 mil
habitantes (2,4% do total de Portugal).
Dados de 2019
mostram que São Miguel é a ilha com mais população (cerca de 137 mil), ficando
significativamente à frente dos restantes. Terceira, no segundo lugar, fica-se
pelos quase 55 mil habitantes. No sentido inverso, Corvo é a que tem menos
pessoas: apenas 485 residem nesta ilha.
O relatório
“Retrato dos Açores” mostra ainda que há apenas 3.857 estrangeiros a residir
nos Açores, o que compara com os 588.976 do total de Portugal (dados do ano
passado).
Como vivem os açorianos?
Há cerca de 112
mil alojamentos familiares no arquipélago, sendo que a média de indivíduos por
residência é de 2,2 pessoas (superior aos 1,7 verificados a nível nacional).
Segundo a Pordata, o valor médio de avaliação bancária dos alojamentos é de
1.046 euros por metro quadrado, ligeiramente abaixo dos 1.192 euros por metro
quadrado de Portugal. Por outro lado, o valor médio dos prédios hipotecados
fica acima: 1682.35 euros nos Açores versus 135.054 euros no geral do País.
Quanto à carteira,
a Pordata indica que o poder de compra per capita é de 87,3 nos Açores, sendo a
ilha do Faial aquela que regista o maior valor (90,7). A taxa de inflação, por
seu turno, é de 0,5%, que compara com os 0,3% de Portugal.
Como vai a
educação e a saúde?
Nos Açores, 70%
da população com 15 ou mais anos não tem
o ensino secundário, valor bastante acima dos 58% verificados a nível nacional.
No ensino superior, nota-se que 11% dos residentes com 15 ou mais anos concluiu
esta etapa educativa, face aos 20% de Portugal. A taxa de abandono precoce de
educação e formação, por seu turno, situa-se nos 27%.
No campo da saúde,
o relatório divulgado hoje indica que havia, em 2019, 873 médicos nos Açores, a maioria dos quais
em São Miguel. Isto significa que há 278 habitantes por médico. Há também oito
hospitais, situados em São Miguel, Terceira e Faial.
Cultura e turismo
a subir
Segundo os dados
mais recentes da Pordata, os Açores somam seis cinemas, 16 museus e 29 galerias
de arte, sendo que as Câmaras Municipais dedicam 12% do total das suas despesas
à área da Cultura e Desporto. Vila Praia da Vitória é o município que mais gasta
nesta área.
Em termos de
alojamentos turísticos, os dados mais recentes dão conta de 363 unidades, ou
seja, 5,3% do total de Portugal. São Miguel é a ilha com mais alojamentos deste
tipo, com o número a mais do que triplicar em relação a 2009. No total do
arquipélago, registaram-se 874 dormidas nos alojamentos turísticos por 100
habitantes, com Faial, São Miguel e Flores a ficar acima da média da região
autónoma.
A Pordata adianta
ainda que as receitas totais das dormidas por hóspede nos alojamentos turísticas
atingiram os 112,5 euros por pessoa, em linha com os 118,5 euros registados a
nível nacional.
Mercado de
trabalho
A taxa de
actividade nos Açores, em termos de emprego e mercado de trabalho, situa-se nos
60%, considerando os activos por cada 100 pessoas com 15 e mais anos. Quanto
aos inactivos, 24% são estudantes, 20% doméstico e 28% reformados.
A taxa de emprego,
no ano passado, fixava-se nos 55%, sendo que 10% dos empregados corresponde ao
sector primário, 17% ao secundário e 73% ao terciário.
Relativamente a
quem já não trabalha ou não pode trabalhar, a Pordata revela que há registo de
quase 63 mil pensões de segurança social e da Caixa Geral de Aposentações,
valor significativamente distantes dos mais de 3,6 milhões contabilizados em
Portugal. Verificam-se também cerca de 3.600 beneficiários do subsídio de
desemprego, o equivalente a 3,5% do total de contribuintes da Segurança Social.
Há também mais de
20 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção, o que corresponde a
10,2% do total da população residente nos Açores com 15 ou mais anos. A nível
nacional, este indicador não vai além dos 3% (Executive Digest, texto da
jornalista Filipa Almeida)
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